quarta-feira, 13 de maio de 2020

O que é único no varejo brasileiro

Por: Bento Jesus Guastalli

O varejo brasileiro tem algo que seja único e que pode ser considerado benchmark global?
Esse era o desafio ao falarmos sobre o varejo do Brasil, pela primeira vez, no Chinashop, o mais importante evento do setor na Ásia e que reuniu mais de 65 mil pessoas em uma área de exposição de 130 mil m². Em quase tudo, mais que o dobro do que é a NRF.
Pela primeira vez, uma delegação brasileira foi convidada oficial para o evento e nos foi solicitado coordenar um painel que mostrasse as características, a estrutura, a organização, o desempenho, os conceitos relevantes e as melhores práticas do varejo e do consumo do Brasil. Tudo dentro da realidade da parceria econômica entre Brasil e China, sucedendo a primeira visita do presidente Jair Bolsonaro à China e antecedendo a reunião dos Brics, em Brasília, que teve a participação do presidente Xí Jìnpíng da China ao Brasil.
E para completar a sequência de atividades inéditas, a possibilidade de participar das atividades que marcaram o Singles’ Day. Em seu show de abertura, o evento criado pelo Alibaba, realizado pela 11ª vez, no dia 11/11, alcançou recorde histórico com vendas superiores a US$ 38 bilhões num só dia.


#ibade

Afinal, temos algo para mostrar ao mundo que seja só nosso em termos de varejo?
Em um cenário onde a tecnologia e o digital se tornam dominantes, no qual temos sido seguidores, numa perspectiva que cresce o uso dos meios de pagamentos digitais ou por reconhecimento facial – e estamos só começando nesse aspecto. Na realidade brasileira, em que o e-commerce representa apenas perto de 6% das vendas totais do varejo e nos mercados líderes, China, Inglaterra e Coreia do Sul, oscila entre 22 e 35%.
Para complicar um pouco mais, teríamos o que destacar como único, além da resiliência do setor, quando saímos de uma recessão que gerou desemprego de 13%, fechou mais de 200 mil lojas e fez o setor ter desempenho negativo ou pífio por quatro anos?
Somos únicos no varejo em algo que possamos nos orgulhar e mostrar para o mundo?
A resposta nasceu da revisão da atuação do setor na história recente do país, das marcas e conceitos que nos mais diversos canais, formatos e negócios, têm se diferenciado e das empresas brasileiras que, ainda timidamente, começam a expandir no mercado internacional, seja organicamente ou por aquisições, e que o fazem diferenciando sua atuação com um jeito brasileiro de fazer varejo.
O que há em comum e que pudesse ser considerado um diferencial do varejo brasileiro em empresas como O Boticário, Natura, Renner, Riachuelo, Magazine Luiza, Panvel, Raia-Drogasil, Atacadão, Assaí, Cacau Show, Alpargatas, Pernambucanas, Grendene, Schultz, Hering, Bob’s ou as operações locais das globais McDonald’s, Burger King, Carrefour, Pão de Açúcar, C&A, Telhanorte, Leroy Merlin, Dicico-Sodimac e muitas outras?
No passado a atuação do varejo no crédito, como também acontecia no México, pode ter sido um diferencial, que chegou até ser exportado pela C&A e Walmart para suas operações na Ásia, mas a transformação estrutural do mercado brasileiro deixou alguns poucos varejistas com essa diferença estratégica.
Existe um diferencial no modelo brasileiro de varejo?
O varejo brasileiro pode ser considerado único na combinação da valorização das pessoas, clientes e funcionários, com o uso da tecnologia como integrador de Serviços, Conveniência, Inovação, Valor e Design para criar Experiências Emocionais que gerem resultados.
Na síntese exposta no evento da China, o conceito foi explicado como The Brazilian Retail Uniqueness is the use of Technology as an enabler to blend Services, Convenience, Innovation, Design and Value with People, to create Emotional Experiences that could leverage Results.
No momento em que o mercado se torna exponencialmente mais competitivo, global, digital, omnicanal e concentrado, tem sido valorizado e destacado, o quão fundamental se torna a geração de experiências em busca da diferenciação, mas, cada vez mais, é preciso que essas experiências tenham uma componente emocional para que seja de fato relevante.
O uso da tecnologia para simplificar e agilizar, o formato inovador, o atendimento competente e individualizado, a oferta de produtos e serviços de acordo com a demanda, a entrega rápida, o pagamento de forma simples e eficiente, preços competitivos e com clara percepção de valor, e todo o mais, se tornam, crescentemente, condição mínima para operar no setor de varejo. Mas não um diferencial competitivo.
O verdadeiro diferencial e o varejo brasileiro têm muito para mostrar. E é a combinação virtuosa desses elementos com o toque humano, natural e autêntico, que pode gerar as experiências que tocam.
Essa proposta foi inspirada nas muitas discussões que ocorrem quando estamos participando nas delegações internacionais com dirigentes, executivos e empresários do varejo brasileiro e temos oportunidade de comparar nossa realidade com a de outros países e o tema, invariavelmente, acaba na genuína e autêntica valorização das pessoas, sejam os clientes ou os funcionários, como fator estratégico de diferenciação e combinada com outros fatores, inevitáveis, de uso e incorporação das melhores estratégias e práticas globais.
A genuína, autêntica, quase natural, valorização das pessoas tem muito a ver com nossa cultura latina e foi aperfeiçoada, estruturada, premiada e incentivada ao longo do tempo, pois cria a diferenciação definitiva. 
Toda tecnologia ou inovação tecnológica, diferenciação digital, formatos, canais híbridos, processos, modelos de negócios, comunicação, design, arquitetura ou sistema, é uma questão de tempo, podem ou serão copiados. Mas a diferenciação através das pessoas demanda gerações para ser copiada, se é que é possível tentar copiar em algum momento, pois está apoiada em cultura organizacional, algo de difícil, se não impossível, cópia em um período limitado de tempo.
Temos ouvido e assistido muitas apresentações de empresas locais ou globais, em diversos mercados no mundo, envolvendo Américas, Europa, Ásia, Emirados e Oceania, onde o discurso da valorização das pessoas, internas e consumidores, está sempre presente, mas onde a realidade se choca com a proposta exposta.
Só no Brasil temos visto, pelos vários casos citados e muitos mais, essa diferenciação.
Vale a pena aprofundar e considerar.

Bento Jesus Guastalli – Bacharel em Administração
Mestrado em Gestão Pública.
Jornalista CEO – IBADE – Instituto Brasileiro de Assessoria em Desenvolvimento.
bentoguatalli@ibadeinstituto.com.br

quarta-feira, 6 de maio de 2020

A união que só traz melhorias: A Internet das Coisas e os Processamentos em tempo real

Por: Cristian Machado de Almeida, Publicado originalmente em 07/11/2018

Com o advento da 4ª Revolução Industrial, a necessidade dos processamentos em tempo real só vem aumentando, pois os dados gerados in loco e em grandes volumes precisam ser tratados o mais rápido possível e em tempo real, já a IoT é rede crescente conectada à internet, onde se alcança as máquinas industriais a uma variedade de bens de consumidores.
Durante muitos anos e em muitos processos para se realizar a análise de dados, era necessário que o processo estivesse parado para que que assim se pudesse armazenar os dados para então poder trata-los. Mas na última década começou a ter um aumento na demanda do processamento em tempo real também conhecido como: (Event Stream Processing - ESP). Com o ESP as informações são tratadas e analisadas ainda em movimento o que garante as ações e tomadas de decisões no tempo certo.
Muitos podem estar se perguntando o por que adotar o ESP em seus processos, irei mencionar pontos para mostrar sua importância: o ESP captura o valor dos dados no instante em que eles são gerados, antes que eles se percam no espaço de tempo entre sua criação e armazenamento, ele também detecta padrões significativos além de desvios dos mesmos que irão indicar uma ação imediata.
#IoT
O que esperar da IoT no mundo nos próximos anos?
Segundo o Cisco Systems, em 2008 já havia mais coisas conectadas à internet no planeta Terra do que seres humanos. Em 2020, a previsão é de que 50 bilhões de coisas devem estar conectadas por meio de sensores e redes de comunicação e muitas destas sem fio. Com esses bilhões de "coisas" conectadas teremos um fluxo enorme de dados sendo gerados e estes com toda certeza serão utilizados para muitos propósitos, por isso centenas de empresas já nos dias de hoje estão trabalhando para estarem preparadas para não perderem seus mercados. Muitos profissionais também sabendo destas informações já procuram desde já se especializarem para estarem preparados para os novos mercados que surgirão.
Com tudo que foi visto com a IoT em seu início, podemos dizer que os primeiros a se utilizarem tiveram o foco no controle de inventário e sistemas de gestão de suprimentos para identificar, armazenar e rastrear seus produtos de forma única e em tempo real. Mas os mercados que se abrirão, com a Internet das coisas vai muito além disso e de acordo com o The Economist, 75% dos líderes de negócios globais estão explorando e muito as oportunidades econômicas da Internet das Coisas para fazerem a criação de novos mercados ou melhorar os serviços já existentes. A GE estima que a IoT tenha o potencial de agregar um valor de 10 a 15 trilhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) global ao longo dos próximos 20 anos, ultrapassando a economia dos Estados Unidos.
O poder da IoT não pode jamais ser ignorado, e também é importante mencionar que ela não é tão simples como muitos dizem por ai que é sair colocando sensores conectados à internet em tudo. 
O que esperar do futuro com a união da IoT e do ESP ?
Cada vez mais que a IoT for avançando, mais "coisas conectadas" estarão disponíveis aos consumidores, um bom exemplo para mostra o potencial da Internet das Coisas atualmente são os carros conectados, onde atualmente os veículos passam por uma manutenção marcada periodicamente, seja ela necessária ou não. Imagine então ao invés do proprietário agendar a manutenção para procurar possíveis defeitos ou então esperar que uma avaria aconteça, que as informações dos dados dos sensores dos carros conectados à internet pode ser usado para alertá-lo quando algo é detectado (alta temperatura do motor, baixo nível de óleo, resposta lenta dos freios, diminuição na pressão dos pneus, etc).
Um dado importante de informar para se ter noção da aplicação da IoT é que em 2012, apenas 10% dos carros nos Estados Unidos estavam conectados à internet, mas estima-se que 90% dos veículos estejam conectados até 2020. Um ponto importante de salientar é que não somente os setores automotivos irão se utilizaram dos benefícios da IoT, outros setores também estão explorando os benefícios da IoT. 
Creio que ainda levaremos um bom tempo para saber e chegar qual é o potencial máximo da IoT, porém uma vez que a rede tenha um alcance maior e mais profundo, a análise de dados proveniente da IoT transformará as informações em algo bem mais dinâmico, dando uma percepção extra-sensorial para detectarmos coisas muito além da nossa atual capacidade. Dai então podemos afirmar que o ESP e a IoT juntos poderão ajudar a entender as alterações nos dados, para assim poderemos tomar ações imediatas. Com isso poderemos tomar ações com antecedência para que qualquer problema dentro do processo seja resolvido sem afetar diretamente os clientes em nosso dia a dia.

#inovação
#tecnologia
#industria40
#sociedade
#automação
#analytics

Cristian Machado de Almeida
Formado em engenharia de Produção e Pós Graduação em Indústria 4.0.
Industrial Business Development na Nova Fase Tecnologia.
Membro do Grupo de Estudos de Direito Digital e Compliance na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-FIESP
Representante Comercial do Festival Internacional de Tecnologia e Comunicação.
Coordenador de PCP na empresa Calvo Cestas Básicas
https://www.industria40.ind.br/artigo/17303-a-uniao-que-so-traz-melhorias-a-internet-das-coisas-e-os-processamentos-em-tempo-real


quarta-feira, 29 de abril de 2020

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Clientes Felizes fruto de uma Equipe Feliz

Publicado originalmente October 16, 2019  André Castro

“Não é o sucesso que traz a felicidade. É a felicidade que traz o sucesso”
Shawn Achor

No mundo corporativo o sucesso depende basicamente das pessoas e facilmente chegamos a uma certeza, o serviço que prestamos aos clientes ou é bom ou é mau ou ‘mais ou menos’. Todos estes resultados resultam diretamente da performance das equipes que trabalham os clientes e das suas lideranças. E são estes resultados que ajudam a construir a reputação e a carteira de clientes das nossas empresas.

Não podemos avançar sem deixar a aversão aos serviços que prestamos com um resultado ‘mais ou menos’. Este resultado é perigosíssimo. Muito mais perigoso do que o mau resultado que, apesar de ser muito desagradável, nos exige pensamento crítico e nos pede mudança. Apesar da péssima sensação que nos transmitem, os maus resultados servem-nos para melhorar, corrigir situações e para aprender. E, se quisermos, aprendemos sempre muito com as más experiências.

O mesmo já não acontece com o resultado ‘mais ou menos’. Este não nos traz nada de bom a não ser a fuga de um cliente a curto ou médio prazo, não nos dando, sequer, a oportunidade de parar, pensar e remediar a situação. Até porque, na maior parte das vezes, o cliente apenas contesta os resultados ‘mais ou menos’ na altura em que nos fecha a porta na cara. E imagino que, até esse momento, alguma paciência ele deve ter tido.
#cliente
E é na base deste tipo de resultado que encontramos, invariavelmente, uma equipe descontente ou mal paga ou mal orientada ou a viver e conviver num mau ambiente de trabalho. No fundo, por detrás de um resultado ‘mais ou menos’ estará, muito provavelmente e na maioria dos casos, uma equipe infeliz. Uma equipe infeliz, como sabemos, não brilha e sem brilho não há grande potencial de sucesso.

Os líderes de empresas não podem dar-se ao luxo de não criar o contexto ideal para que as suas equipes brilhem. Independentemente do seu estilo de liderança, os recursos humanos são uma peça chave e têm de ser valorizados.

As crises financeiras não podem, nem devem ser desculpa para a desvalorização das pessoas até porque a motivação e a realização nem sempre encontram a sua causa na remuneração. E são esses momentos de maior dificuldade que nos devem obrigar a puxar pela imaginação e por algumas competências às vezes esquecidas.
 
Há que não esquecer a consciência social, a capacidade de sentir as emoções dos outros, de compreender a sua perspectiva e de mostrar interesse nas suas preocupações. E as competências sociais que lhes permitem assumir o controle e, em simultâneo, inspirar, ouvir, elogiar, passar mensagens claras, implementar novas ideias, responsabilizar, estabelecer padrões de alto desempenho e promover a cooperação entre os colaboradores.

Por outro lado, nos momentos de ótimos resultados, há que partilhar os sucessos que não são só nossos.  Há que reconhecer as competências dos outros e celebrar os sucessos conjuntamente. Há que premiá-las. Caso contrário, ou ficarão desmotivados ou partirão para outros caminhos.

Ninguém é insubstituível, é verdade, mas a aposta e o investimento no talento incluem processos de formação e horas despendidas que são perdidas com a saída de um colaborador. Acresce que a saída de um colaborador acaba sempre por abalar o equilíbrio funcional e emocional da empresa. Acresce que a nova geração não oferece, nem de perto nem de longe, o nível de ‘lealdade’ às entidades empregadoras que ofereciam as gerações anteriores.

Pelo que, se quisermos talentos, teremos de os segurar. E os clientes agradecem. Pois, esqueçam… sem colaboradores felizes não existem clientes felizes e sem clientes felizes não existem empresas felizes.

“Não existe caminho para a Felicidade. A Felicidade é o caminho”
Gandhi

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ARTIGO MEIOS E PUBLICIDADE – 04/04/2019

#negócios
#business
#tecnologia
#carreira
#empreendedorismo

André Castro - Contatos e Redes Sociais:
https://www.andrecastropalestras.com.br/single-post/2019/10/16/Clientes-Felizes-fruto-de-uma-Equipe-Feliz

quarta-feira, 15 de abril de 2020

A Resiliência e o COVID_19

Por: Natália Marques:

É impossível falar de outro assunto neste momento.
Nos séculos passados, vivemos algumas epidemias com características diferentes e a humanidade se recuperou. Elas sempre vêm como uma onda, com um pico elevado, mas depois se retraem, o homem fabrica o medicamento e a conduta acertada, as pessoas adquirem a sua resistência e voltam ao equilíbrio.
“Se algo matar mais de 10 milhões nas próximas décadas, é mais provável que seja um vírus altamente contagioso do que uma guerra de misseis, mas micro-organismos” (Bill Gates – TED março/2015)
O que podemos dizer do Covid_19? Veio para nos alertar sobre como estamos despreparados para lidar com a saúde das pessoas no planeta Terra. Investimos massivamente no consumo, nas guerras, destruímos nosso planeta e as saúde das pessoas está subestimada. Já havia uma previsão do Banco Mundial, que se houvesse uma epidemia nestas proporções os prejuízos financeiros para as Nações seria de cerca de 3 trilhões de dólares.
resiliência
Hoje vemos que a pandemia atinge todos os países, mas o que assusta é a disseminação da doença, com medicamentos ainda em teste, sem vacina e equipamentos específicos e limitados para recuperação dos pacientes. Vamos dizer que no geral, pegou o sistema de saúde sem uma resposta imediata.
Para nossa análise, vamos pegar dois exemplos extremos no tratamento dos casos que surgiram, a China e a Itália. A China tem 1bilhão e 400milhões de habitantes, enquanto a Itália tem 60 milhões. Ao iniciar o surto na China, as autoridades negaram a existência do problema, mas assim que entenderam a letalidade do processo, agiram de forma eficiente e eficaz, isolaram cidades como nunca foi visto, proibiram a circulação de pessoas, construíram hospitais em tempo recorde e conseguiram controlar o surto após 3 meses. Na Itália, o surto chegou galopante, houve uma negação da gravidade (em 9 de fevereiro, o prefeito de Firenze abraçou um turista chinês como solidariedade ao que estavam vivendo em seu País), não houveram medidas restritivas de imediato, o sistema de saúde ficou completamente saturado em pouco tempo, sem conseguir atender a população com os equipamentos necessários e houve uma explosão de mortes.
A taxa de mortalidade na China diante dos casos registrados foi de 2,3%, enquanto na Itália registra-se em 10%.
A progressão do Covid_19, no nosso País ainda está sendo acompanhada de perto pelas autoridades, mas as previsões são assustadoras. As experiências dos outros países estão sendo utilizadas. Instruções de higiene para prevenção, e o isolamento social como forma de evitar a propagação e a manutenção somente de atividades de primeira necessidade, além do serviço médico essencial neste momento.
A chuva de informações é constante, algumas muito valiosas e outras totalmente irresponsáveis. Nosso filtro precisa ser acionado a todo momento.
Vemos todos os tipos de comportamento, pessoas descrentes colocando sua vida e a de outros em risco e outras se mobilizando para cumprir as orientações oficiais, de higiene, isolamento social e quarentena.
Algo inusitado se verificou, as paralisações de atividades estão repercutindo de forma positiva no meio ambiente, mais do que as reuniões dos grandes líderes mundiais (G20) que evitam melhorar as condições climáticas por causa dos prejuízos financeiros. Os satélites mostraram menor poluição no céu da China, as águas de Veneza mais limpas, golfinhos voltaram a ser vistos na Sardenha, infelizmente com um custo elevado de vidas.
Muitos comportamentos solidários entre as pessoas nos grupos e nas redes, por outro lado se observa que a ansiedade toma conta de alguns, esvaziando prateleiras de supermercado, ou vendendo produtos de higiene superfaturados.
Mas a primeira coisa que aprendi nestes dias difíceis, além de lavar as mãos de forma correta, é que a saúde tem que ser levada a sério, e que quando as autoridades têm determinação, empenho e passam confiança para a Nação, o pico epidêmico pode ser menor, com uma curva ascendente mais suave.
Fazer uma análise de contexto apoiada em fatos e evidências, ter autoconfiança, autocontrole, rede de apoio social, empatia com outro, observar nosso organismo, otimismo real e ter um sentido para nossas vidas podem determinar um comportamento Resiliente, para se desenvolver uma estratégia para enfrentamento e superação da crise. Ressignificar a nossa vida, pois sabemos que perdas existirão, mas que podem ser minimizadas em nossa caminhada.
A lição que fica é que devemos estar preparados para estes novos cenários que se desenham como elementos de um mundo V.U.C.A., onde tudo é incerto, fluido, complexo e ambíguo. Não temos mais certeza de nada, estas situações podem se repetir, nas diversas dimensões da vida deste planeta.
Como diria o poeta “Alguma coisa está fora da ordem” (Caetano Veloso), uma nova dinâmica se processa, e quando esta onda passar, uma nova ordem se estabelecerá. Cada vez mais está claro que nada é para sempre, porque tudo passa, as coisas boas e as más.

Natália Marques
Master Coach, Psicóloga, Especialista em Saúde Organizacional
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Psicóloga / Coach / Palestrante

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Como Gerir Pessoas de Forma Eficiente?

Por: Paula Curcio:

Alguns profissionais de Recursos Humanos (RH), assim como empresas tem muitas dúvidas de como gerir pessoas de forma mais assertiva, o objetivo deste artigo é contribuir com profissionais desta área tão maravilhosa e pecam por pequenas falhas.
Definição da Missão da área de Recursos Humanos (RH):
A missão do RH é maravilhosa onde somos responsáveis por desenvolver pessoas e empresas, contribuindo para o crescimento pessoal e empresarial, essa é a nossa missão.
O que fazer quando assumo a área de RH?
Primeiro passo é analisar a cultura organizacional existente na empresa, juntamente com os processos existentes e praticados pelo Departamento Pessoal (DP), atualmente renomeado para Administração de Pessoal, pois esta área é a mais delicada, pois um processo ruim pode gerar prejuízo para a empresa, através de multas aplicadas pelo sindicato, governo ou processo trabalhista.
Implantação de Pesquisa de clima organizacional, é uma ferramenta de mensuração do ambiente da empresa na visão dos funcionários.
Segundo passo é conhecer as leis vigentes:
  1. Consolidação das leis do trabalho (CLT);
  2. Sindicato designado para aquela empresa;
  3. Convenção Coletiva daquele segmento;
  4. Lei do Estágio;
  5. Lei do Profissional Temporário;
  6. Lei para contratação de Profissionais Pessoa Jurídica;
#trabalho
É de suma importância para um bom profissional de RH, ter o conhecimento das leis vigentes e aplicá-las, e as consequências de não aplicar também se faz necessário saber e informar caso algum gestor de outra área ou diretor lhe pedir algo que vá contra a lei.
Definir o processo de admissão e demissão se será feito manual ou por meio de inteligência Artificial (IA).
Terceiro passo desenvolver políticas dentro da empresa tais como código de conduta e ética da empresa.
Quarto passo tenha uma descrição de cargos e salários de acordo com os pisos salarias dos profissionais do mercado, cidade e estado de atuação.
Quarto passo: políticas bem definidas e claras de Remuneração e Benefícios, muitas vezes seremos questionados pela Diretoria da empresa, por que devo dar benefícios para os colaboradores fora do que consta na convenção coletiva? Resposta muito simples, pois se a empresa tem como objetivo um crescimento na produtividade e lucratividade da empresa cuide bem do seu cliente interno, para que ele cuide melhor ainda do seu cliente externo.
Compreenda melhor a motivação e o cuidado que precisamos ter com o nosso colaborador pois eles não são propriedade da empresa, mas hoje são o nosso principal ativo, ou melhor a nossa principal riqueza, pois através do seu Know how, gera lucros para a empresa, no artigo do link abaixo aprofundo mais nesse tema.
Precisamos orientar principalmente estagiários e profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho, a diferença entre remuneração, salário e benefícios detalho mais sobre esse tema no meu artigo, Desmistificando Salário Remuneração & Benefícios.
Quinto passo: política de Plano de Carreira, desenhe para cada descrição de cargo feita qual é o próximo passo na carreira desse colaborador dentro da empresa e o salário para esse novo cargo.
Sexto passo: Definido todos os passos anteriores agora é a hora de estruturar todo o processo seletivo da empresa com algumas definições a serem feitas mencionadas abaixo:
  1. Elaborar ficha de requisição; (desenvolver com os gestores das diversas áreas).
  2. Quantas etapas terá o processo?
  3. Terá dinâmica, testes, e estudos de caso?
  4. Como será feita a triagem dos currículos manual ou inteligência artificial (IA)?
  5. Como será a condução do processo?
  6. Qual tipo de entrevista iremos aplicar?
Após todo o desenvolvimento um novo processo fazer o treinamento do Recrutador, pois muitos recrutadores se esquecem que são também funcionários e que um dia passou por aquele mesmo processo e não fornece a devolutiva ao candidato, faz testes sem coerência, que não constam no script do processo seletivo, maiores detalhes sobre isso está no meu artigo a luta infindável entre recrutadores versos candidatos.
Todos esses passo bem claros e desenhados agora precisamos nos preocupar como iremos receber esse novo colaborador?
Sétimo passo: Desenvolver uma integração contando toda a trajetória da empresa:
  1. Objetivos Organizacionais: Missão, visão e valores;
  2. Cultura Organizacional;
  3. Áreas existentes na empresa e o que cada uma faz;
  4. Organograma com todas as áreas e colaboradores inclusive com o nome de quem está entrando.
  5. Plano de Carreira para as áreas e principalmente a que o novo colaborador está ingressando;
  6. Quais são os passos para que ele(s), possa ser promovido?
  7. As expectativas da empresa em relação ao trabalho do novo colaborador.
  8. Programação de sua primeira semana que provavelmente passará por treinamentos e quem irá ministrar cada treinamento;
  9. Acompanhamento e monitoramento do novo colaborador pelo RH e Gestor da área;
  10. Ao término da primeira semana de trabalho efetivo do colaborador faça uma sessão com o colaborador e gestor da área para dar um feedback em relação a primeira semana dele e entenda as dificuldades do mesmo, pois muitas vezes demitimos o colaborador ao término da primeira parte da experiência por não compreendermos se houve dificuldade ou não dá parte dele.
Oitavo passo agora depois do desenvolvimento dos processos anteriores chegou a hora de falarmos sobre o Treinamento e Desenvolvimento, criar uma política para ministrar ou contratar treinamentos externos e não se esqueça de criar o cronograma de cada treinamento para cada área e qual desenvolvimento irá gerar cada um deles no colaborador.
Mensurar o aprendizado do colaborador a cada 30 dias de aplicação do treinamento.
Nono passo: Vamos fazer um plano de Atração e Retenção de Talentos o principal objetivo é chamar a atenção do candidato para trabalhar lá e reter não é só mantê-lo na empresa, isto é redução de absenteísmo e turn over.
Décimo passo: Vamos definir qual modelo de avaliação de desempenho será aplicado, juntamente com a criação de cada indicador como um todo e personalizado com as áreas da empresa, sugiro que faça esse desenvolvimento em parceria com os gestores de todas as áreas.
Entendam que todos esses desenvolvimentos e implantações terão mais efetividade com a participação e orientação de todos os gestores das outras áreas da empresa.
Invista em treinamentos comportamentais e técnicos, isto é treinamento de Alta Performance, principal objetivo desse curso a substituição de um hábito ruim por um hábito saudável e integro.
O Gestor de RH, é um agente de mudança dentro da empresa, estímulo de motivação, liderança pelo exemplo, costumo dizer que o gerente desta área é uma vitrine onde todos estão olhando e admirando o tempo todo desde que nos tornamos referência de empatia, compreensão, ouvi mais do que fala, porque através dessas atitudes você será conhecido como Humano, afinal um profissional de RH, mesmo sempre orientando sua carreira ou as equipes dentro da empresa, fizemos a promessa em nossa formação de desenvolver pessoas através da compreensão e exemplo.
Finalizo esse artigo dizendo que a melhor profissão do mundo é ser Gestor de RH, mas reconheço que não é fácil, mas quando amamos aquilo que fazemos tiramos de letra todos os processos e problemas pois afinal a Gestão de RH é geradora de mudanças e soluções para o crescimento dos colaboradores e do negócio.
Foi dessa forma que desenvolvi muitos projetos para as empresas por onde passei e clientes quando iniciei o meu negócio em 2017, e com uma gestão bem assertiva.

Paula Curcio Consultora de Carreira & Negócios
Especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional.
Sigam-me no instagram @carreirabusiness.
www.carreirabusiness.com
Telefone (11)97322-5601

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Startups e o Empreendedorismo Feminino

Por:  Natália Marques

O mercado de empreendedorismo vem crescendo com o surgimento de Startups. Dados da Abstartups indicam um salto de 4.151 em 2015 para 12.727 em 2019, ou seja, um crescimento de 207%. Mas o sonho de ser um “unicórnio” (empresas que passam de US$1 bilhão), chegou apenas para algumas como a PagSeguro, Nubank, 99, Stone Pagamentos, iFood/Movile, Gympass, Quinto/Andar e Arco Educação.
As Startups surgiram no Brasil a partir do ano 1996, impulsionadas pelo crescimento da onda das novas tecnologias, embora já fosse um modelo recorrente nos EUA há décadas.
As Startups são empresas criadas com a ideia, de que embora exista uma incerteza (não saber se vai dar certo), são impulsionadas com a determinação de transformar trabalho em dinheiro. O modelo é desenvolver um determinado bem, crescer em escala, sem que isso afete o negócio, buscar elevar a receita, com custos crescentes lentos, gerando lucros e cada vez mais riqueza.
Estão distribuídas no setor de tecnologia da informação, saúde, educação, mobilidade urbana, agronegócio, serviços, comércio, onde a alta tecnologia e a inovação se fazem fortemente presentes.
Pelos dados da Abstartups no Brasil, estima-se que há cerca de 62 mil empreendedores em 6 mil startups, que se destacam em São Paulo (41%), Minas Gerais (12%) Rio de Janeiro (9,7%).
Os dados mais interessantes são que 72% são lideradas por jovens entre 25 e 40 anos, mas o que me surpreende mesmo é o fato de que 87,13% são homens e 12,3% mulheres.
Já é sabido que mulheres no mercado corporativo de trabalho, exercendo mesma função, com ensino igual ou superior a um homem, recebem salários inferiores. No empreendedorismo, também existem barreiras para serem derrubadas.
Uma pesquisa realizada nos EUA pelo BCG em parceria com a MassChallenge (uma rede global de aceleradores que, desde 2010 oferece mentores e especialistas para empresas), verificou que empresas onde mulheres são fundadoras e ocupam a liderança não recebem o mesmo apoio financeiro que as dirigidas por homens.
Em contrapartida, num estudo realizado durante 5 anos, verificou-se que a cada dólar investido nas startups dirigidas por mulheres gerava-se 78 centes de lucro, enquanto as gerenciadas por homens, 31 centes.
Não se trata de uma disputa entre sexos, mas de uma cultura dominada por homens, onde as mulheres nem sempre são ouvidas, um valor que pode ser agregado e gerar bons resultados para todos
Verifica-se que as empresas dirigidas por mulheres se debruçam atenciosamente nas necessidades do mercado e do cliente, mas ao buscarem investimentos para acelerar os seus negócios, são questionadas de forma vigorosa e técnica, muitas vezes com descrença.Outro aspecto é que as mulheres, ao receberem uma crítica, nem sempre argumentam de forma incisiva como um homem, que impõem a sua opinião. É um aprendizado que precisa ser exercido sem medo.
Por outro lado, os investidores precisam evitar o viés de afinidade ao decidir onde aplicar o seu capital de risco.
Muitas empresas de mulheres, focam em nichos de mercados que só elas entendem, por fazerem parte do universo feminino, assim mais investidores precisam entender essa força que obtém um desempenho melhor do que as fundadas por homens.
Um ponto importante, é incluir mulheres e sua visão de negócio nas decisões de investimento, passo fundamental para acelerar as startups de modo geral.
Destaco aqui algumas empreendedoras de sucesso:
Luiza Trajano/ Magazine Luiza
Herdou a inteligência emocional da mãe e o empreendedorismo da tia. 
“Eu sou uma vendedora. A minha família é vendedora... Isso é motivo de orgulho e não de vergonha.”
Leila Velez e Zica Assis/ Beleza Natural
Iniciaram com testes de produtos para cabelos ondulados e vendiam para passageiros de ônibus.
“A gente acreditava num sonho e era tudo que a gente tinha.”
Sonia Hess/ Dudalina
Os pais iniciaram fazendo e vendendo camisas, as primeiras lojas da rede foram abertas em Balneário Camboriú. Sonia assumiu a presidência e hoje tem um produto que é exportado.
“O que importa é o espírito de empreender.”
Alcione Albenaris / FLC
Iniciou como modelo aos 14 anos, montou sua primeira confecção aos 17 anos, mas foi a luz das lâmpadas fluorescentes que fez seu sucesso.
Janete Vaz e Sandra Costa/ Laboratório Sabin
Bioquímicas de formação, com estória de pais empreendedores e valores familiares, criaram uma empresa que é referência não só empresarial mas também de cultura organizacional.
“Nós não sabíamos fazer, nós eramos só farmacêuticas.”
O que elas tem em comum?
Resiliência, incentivo, persistência, dedicação e um sonho.

Natália Marques
Master Coach, Psicóloga, Especialista em Saúde Organizacional
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Psicóloga / Coach / Palestrante