quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

CRISE E OPORTUNIDADES

Por: Antonio Santos

1 - Como encontrar oportunidades em tempos de crise?

Os momentos de crise, como o que vivemos atualmente, impactam as empresas e o setor econômico dos países de diversas formas. Porém, vale lembrar que nessas horas também aparecem as maiores oportunidades, e as organizações que conseguem se adaptar rapidamente são as que saem mais fortes após o período de turbulência. Mas, afinal, como encontrar oportunidades em tempos de crise?

Em tempos de crise é preciso ir além, inovar, buscar novas experiências e olhar para aqueles que estão triunfando. Mais do que isso, é preciso identificar oportunidades em meio às fragilidades econômicas pois superar não é uma escolha, é uma necessidade atual.

Os períodos de crise são momentos propícios para as empresas evoluírem. Essas situações estimulam a inovação para vencer os desafios e a diferença diante de cenários desfavoráveis. Em casos mais críticos, as empresas necessitam repensar a sobrevivência do próprio negócio. Estimular os funcionários e colaboradores, trazer a equipe para junto de si, motivar e apostar no crescimento orgânico.

Para isso, é preciso garra, determinação, empenho, energia, vontade de trabalhar e de mudar. Cada vez mais, precisamos de pessoas que queiram fazer a diferença.

Apostar em um planejamento estratégico nos dias atuais, levando em conta que passamos por um processo de instabilidade financeira, se tornou ferramenta imprescindível para o sucesso de uma organização. Ele se traduz em medidas que a organização irá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades. Portanto, o planejamento estratégico pode significar a sobrevivência no amanhã, pois as mudanças econômicas, sociais, tecnológicas e políticas ocorrem numa certa velocidade e precisamos acompanhá-las com firmeza.

Para acompanhar todas as transformações da sociedade, é necessário acreditar piamente na inovação e investir no aumento da produtividade. Criar novas formas de renda, desenvolver novos produtos ou serviços, cortar gastos desnecessários e reinvestir de forma consciente e com um objetivo definido.

Criar diferenciais é primordial para quem se arrisca em qualquer mercado e, em momentos de crise, a inovação segue como um caminho natural para as empresas evoluírem.

Temos a inexorável capacidade de nos adaptar ao meio em que estamos inseridos, e isso engloba as crises pelas quais passamos ao longo da história. Quem não se adapta, corre o risco de ficar fora do jogo.

2 - Quais foram algumas das oportunidades surgidas na crise de 2008.

Os danos causados pela crise de 2008 foram os piores possíveis, devido ao colapso financeiro que se iniciou nos Estados Unidos com a falência do banco norte-americano Lehman Brothers.

Na ocasião, as pessoas não tiveram condições de pagar suas hipotecas e, por isso, muitos precisaram sair de suas casas; grandes marcas da indústria fecharam suas portas; os preços dos alimentos dispararam e houve desemprego em massa.

Por outro lado, a demanda que apareceu em função da falta de recursos no mundo impulsionou o surgimento da chamada shared economy, ou seja, a economia de compartilhamento. Empresas como a Uber e o AirBnB, que hoje são referências mundiais, nasceram da oportunidade encontrada em meio aos problemas.

A Uber, por exemplo, surgiu porque muitas pessoas estavam desempregadas e seus carros estavam parados em casa. O AirBnB já é a maior rede de hospedagem do mundo e não possui um quarto sequer em seu patrimônio.

A tecnologia foi o que possibilitou implementar um sistema completamente novo de colaboração promovendo acesso e possibilidade de consumo represada em mercados que estavam morrendo.

No entanto, essas mesmas marcas que foram disruptivas na década passada também vão precisar se reinventar. Até elas sentira fortemente os efeitos da pandemia do coronavírus, já que a tendência é que as pessoas fiquem mais em casa. A AirBnB teve de demitir 50% de sua força de trabalho e Uber teve uma redução drástica no consumo dos serviços ofertados.

3 - Como sair mais forte dessa situação?

De fato, o momento é de insegurança, incerteza e muita ansiedade. Contudo, é preciso parar para pensar em como sair mais forte dessa situação. Uma das formas de fazer isso é analisar como será o mundo pós pandemia.

O COVID-19 não atacou somente a saúde das pessoas, ele atacou também a base estrutural da sociedade, causando problemas sociais e econômicos.

Portanto, é importante ter uma visão holística de todas as suas consequências para criar um planejamento, priorizar esforços e recursos para a melhor tomada de decisão.

Nossa empresa, por exemplo, está proporcionando aos empresários uma forma mais moderna e dinâmica dos serviços home office. Nosso objetivo é que o gestor foque toda a sua energia e recursos no objeto do seu negócio, enquanto nós nos preocupamos com a gestão e os serviços administrativos, financeiros, contábeis e TI, além de assessoria jurídica para que a empresa possa estar sempre dentro das normas legais, ambientais e de sustentabilidade.

4 - Quais são os principais fatores que já resultaram em mudanças de comportamento da sociedade?

Insegurança em relação a investimentos, principalmente os de maior risco;

Possível aversão à aglomerações e locais cheios de gente;

Maior exigência por eficiência e rapidez por parte do atendimento das empresas.

Nessa última questão podemos observar nossa própria reação quando vamos a um restaurante, desses que atendem “A La Carte”. Antes dessa pandemia, íamos a esse restaurante e esperávamos 5, 10 minutos para o garçom nos atender, sem que isso gerasse qualquer mal estar. Hoje se ele demorar mais de 2 minutos já nos causa ansiedade, pois nos acostumamos a ser atendidos imediatamente quando solicitávamos nossas refeições pelo aplicativo.

5 - E quais serão os outros principais impactos da pandemia no comportamento das pessoas na fase pós crise?

Maior necessidade de utilização de plataformas digitais: aumento das compras on-line e uso de serviços de delivery, por exemplo;

Aceleração da transformação digital no ambiente de trabalho e educação;

Aumento da dependência da internet;

Crescimento de plataformas digitais de conteúdo/ streaming. Aumento do uso dessas plataformas para realização de “lives“, para receber notícias e manter a conexão com amigos e familiares;

Diminuição do poder aquisitivo da população, sendo que 50% será gravemente afetada. A demanda reprimida que haverá no pós crise vai equilibrar a sede de consumo com a utilização racional dos recursos;

Por conta da tendência de isolamento social, possivelmente as pessoas vão ganhar peso e ter mais problemas emocionais e de saúde. É possível que haja maior busca por produtos e serviços de beleza e um aumento na demanda por academias, terapias, serviços de psicólogos, etc.

É possível que haja um número maior de divórcios, como aconteceu na China;

É possível que a consciência do coletivo aumente e que haja uma maior distribuição de renda;

Urgência na retomada de decisões importantes que foram postergadas e na compra de bens duráveis, como imóveis.

E aqui está a chave da inovação e da adaptação das empresas e de todos nós, empresários, prestadores de serviços de qualquer área. É entender essa mudança no comportamento dos consumidores para poder se adaptar rapidamente o seu negócio a uma nova realidade é preciso estar muito atento ao que o consumidor quer e o que está buscando.

Não adianta termos o melhor produto do mundo, se não é isso que o consumidor quer, não adianta termos um serviço que o consumidor não deseja mais. Estamos passando por mudanças tão aceleradas que, provavelmente, acontecerão mais transformações nos próximos três meses do que aconteceram nos últimos três anos.

6 - Como enxergar a oportunidade em tempos de crise?

Mesmo sabendo de todos os desafios que o período traz, é fundamental manter a cabeça no lugar e refletir racionalmente sobre os fatos. A verdade é que, depois que tudo isso passar, as pessoas ficarão mais em casa, farão mais compras on-line, e exigirão que todos os serviços resolvam seus problemas por meio de uma plataforma digital e de forma rápida.

Mas o mais importante é perceber que uma crise da magnitude do COVID-19 causa mudanças profundas na sociedade, afetando negócios e criando as condições necessárias para a disrupção.

Vamos ver alguns casos muito próximos. O I Food criou o serviço de entrega de supermercados, pois muitas pessoas alguns por medo e outros por idade ou por dificuldades de deslocamento, tinham e tem dificuldades de realizarem suas compras. Uma necessidade nova = oportunidade = Empresário atento vislumbrou essa possibilidade e colocou em prática.

Agora vamos analisar um outro caso de uma perda de oportunidade. A todos que nos assistem e que moram ou moraram principalmente em capitas, e que nasceram  antes dos anos 2000, com certeza devem lembrar da Blockbuster.

Essa empresa americana, criada no ano de 1985 foi um marco na vida do brasileiro.

Ela era uma das gigantes no setor de entretenimento, queridinha dos investidores.

Provedora de serviços de aluguel de filmes e games, essa empresa teve seu pico de crescimento em 2004 com 9.094 lojas no mundo e seu valor em bilhões.

No entanto, apesar do sucesso, a Blockbuster foi rapidamente da ascensão à queda, sem nem respirar.

Em 2000, quando a Netflix ainda era uma startup de aluguel de DVDs pelo correio, a empresa estava em apuros.

O estouro da bolha da internet a havia deixado em uma situação financeira complicada. Mas uma reunião conseguida por seus fundadores poderia salvá-la: John Antioco, CEO da Blockbuster, então líder mundial no ramo de aluguel de filmes, queria conversar sobre uma possível compra.

É o que conta o fundador da gigante de streaming Marc Randolph, em seu livro That Will Never Work (“Isso Nunca Irá Funcionar”, em inglês). O resultado da reunião, sem acordo entre as partes, deve assombrar Antioco até hoje.

Randolph conta que estava na California em 2000 com Reed Hastings, outro fundador da Netflix, e Barry McCarthy, CFO da empresa. Eles receberam um convite para uma reunião com Antioco no dia seguinte, em Dallas, na sede da Blockbuster.

Apesar do curto espaço de tempo, conseguiram fretar um voo até o Texas para a manhã seguinte.

Para Randolph e Hastings, um negócio com a Blockbuster era algo que poderia salvar a Netflix. Havia meses que ambos tentavam marcar um papo com Antioco.

Mas o CEO da rede de locadoras não estava levando a ideia da startup a sério.

Durante a conversa, um executivo da Blockbuster disse duvidar do poder da internet e dos benefícios de ter uma empresa online como parceira. A bolha da internet havia acabado de estourar, e a Blockbuster vivia um grande momento. A rede de locadoras tinha estreado com sucesso na bolsa. O IPO da empresa levantou na época US$ 465 milhões.

Ao ser perguntado sobre um preço para a compra da Netflix, Hastings imediatamente respondeu: US$ 50 milhões. Era exatamente a quantidade necessária para manter a empresa de pé. Antioco, no entanto, reagiu de forma inesperada. Segundo Randolph, estava fazendo o máximo para segurar uma risada


Depois disso, as conversas azedaram e um acordo não foi fechado.

O resto da história é conhecido: a Netflix conseguiu sobreviver com seu sistema de aluguel por correio. Mais tarde, tornou-se uma das precursoras do formato de streaming e rapidamente explodiu em valor de mercado. Em 2018, chegou a estar avaliada em quase US$ 180 bilhões. A Blockbuster, mesmo em seu auge, nunca valeu mais que US$ 5 bilhões. Hoje, para o mercado, a Netflix é mais valorizada que a própria Disney.

7 – Teoria das forças futuras. O que seriam essas forças e como impactam no surgimento de oportunidades?

Existem 11 forças macro de mudanças e que geralmente estão fora do controle das organizações. Essas forças estão se transformando de maneira acelerada nesse exato momento por conta da pandemia. A quebra de paradigmas, geralmente, é a consequência da mudança de algumas dessas forças:

1. Distribuição de renda

Crises econômicas geralmente alteram a distribuição da renda e criam novas necessidades. Essas mudanças atraem o aparecimento de novos modelos de negócio.

2. Educação

Escolas e universidades migraram temporariamente seus métodos de ensino para o digital e a oferta de cursos on-line se multiplicou.

3. Infraestrutura

Toda a infraestrutura está sendo adequada às novas necessidades da população, seja no trabalho em home office, seja na digitalização das relações e do entretenimento, seja em relação à mobilidade, etc.

4. Governo

Mudanças regulatórias estão sendo discutidas para acomodar melhor a vida de seus cidadãos e acelerar inovações tecnológicas capazes de trazer mais segurança e conforto.

5. Geopolítica

O COVID transformou as relações entre os países, desde o fechamento de fronteiras, até acordos comerciais.

6. Economia

A diminuição da renda e a alta taxa de desemprego vai gerar um forte impacto no consumo.

7. Saúde pública

Como implementar melhorias nos sistemas de saúde públicos para combater a pandemia será o centro das discussões por um bom tempo.

8. Demografia

Infelizmente, a taxa de novos casos de pessoas infectadas e a taxa de mortalidade entre diferentes faixas da população poderão gerar impactos na demografia dos países.

9. Meio Ambiente

Com uma menor circulação de pessoas nas ruas já se nota uma grande diminuição nos níveis de poluição das cidades.

10. Mídia e Telecomunicações

Profundas transformações estão acontecendo na maneira como nós trocamos e consumimos informações e na forma como nos conectamos com as pessoas.

11. Tecnologia

Tecnologia é a espinha dorsal que liga negócios e sociedade e, por isso, ela permeia todas as outras 10 forças. É fundamental perceber a demanda pelo aparecimento de novas tecnologias, bem como sinais de novas necessidades dentro de outras fontes de mudança.

Encerramento

Com toda essa informação e dentro da sua realidade, é preciso refletir sobre como você e a sua empresa podem oferecer serviços com excelência para esse novo perfil de consumidor.

Por fim, pensar em como encontrar oportunidades em tempos de crise e se manter vivo em meio a tantas incertezas, envolve não se prender ao conhecido e sair da zona de conforto. Redirecione sua atenção para o novo e tente identificar as tendências.

Estou à disposição para analisar com cada empreendedor sobre as possibilidades do seu negócio, seu mercado, seus clientes e em como buscar novas oportunidades para gerar crescimento com sustentabilidade.


Consultor, Mentor, Palestrante e Coach nas áreas de Controladoria, Finanças, Custos, Planejamento, Orçamento, Indicadores de Desempenho e Gestão de Negócios.



 
Antonio Saǹtos

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