quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A importância da autonomia emocional para a liderança feminina.

Texto de: Renata Spallicci Executiva 

Saiba como tomar as rédeas da própria vida para se tornar uma líder ainda melhor e mais inspiradora
A liderança feminina é algo relativamente novo. Imaginar que, há bem pouco tempo a mulher não tinha força alguma no mercado de trabalho e que hoje já alcança diversos postos de chefia, nos mostra uma evolução surpreendente. É claro que ainda temos muito a crescer e conquistar, mas que já demos saltos maravilhosos é inegável.
É certo que, como tudo que é novo, ainda temos a necessidade de superar padrões, quebrar paradigmas e “cavar” o nosso espaço, descobrindo um estilo próprio de liderança e nos libertando de anos e anos do pleno poder masculino no mercado de trabalho.
Porém, para isso, precisamos estar prontas para mudar conceitos e atitudes. E a mudança deve começar em nós mesmas! Ou seja, precisamos nos enxergar!
Você já reparou, por exemplo, como nós, mulheres, temos dificuldade em receber elogios?
 - Seu cabelo está lindo hoje.
- Imagina, eu até prendi, porque está sujo.
- Como você emagreceu!
- Nada, é esta roupa que engana.
- Sua pele está magnífica!
- É esta base que comprei que faz mágica.
Tenho certeza de que você está rindo, pois já passou por uma dessas situações e deu uma resposta próxima a isso, não é verdade? Eu mesma, quando me dei conta, ri de verdade! Afinal, já fiz isso mmmmmuitas vezes! Por que temos tanta dificuldade em aceitar que alguém está nos elogiando? Por que sempre temos a tendência de nos menosprezar e nos diminuir, ao sermos elogiadas?
#sucesso

A força da sociedade patriarcal
Certamente essa nossa postura não acontece por um excesso de modéstia, mas sim, porque em nossa sociedade patriarcal e machista, nós, mulheres, somos educadas para não chamarmos atenção e até mesmo para não sermos competentes! Homens são estimulados desde cedo a serem os melhores, a estarem entre os primeiros, enquanto que nós, mulheres, devemos ser sempre discretas, modestas, sofridas e inferiorizadas.
Mas o problema é que a atitude que temos de menosprezo com nós mesmas não se resume a nossos atributos físicos.  Muitas agem assim também no ambiente de trabalho, prejudicando a própria imagem profissional.
Saber valorizar suas competências é essencial para alcançar bons postos em sua carreira. Porém, como fazer isso, se não sabemos nem mesmo aceitar um elogio dos mais simples?
A meu ver, o primeiro passo para que possamos nos sentir merecedoras dos elogios e, consequentemente, das conquistas, sejam elas profissionais ou pessoais, está em conseguirmos alcançar a autonomia emocional e afetiva. Só pessoas fortes e autônomas emocionalmente têm a capacidade de não precisar se escudar em uma falsa modéstia para aceitar suas fortalezas e também seus pontos fracos.
E só quem tem autonomia emocional é capaz de proceder assim, algo que eu considero fundamental
para as mulheres que pretendem serem líderes de suas próprias vidas e de suas carreiras profissionais.

#Autonomia Emocional
O que é Autonomia Emocional?

A autonomia emocional é a capacidade que temos em assumir a responsabilidade por nós mesmas. É sair do papel de vítima e passar ao papel de líderes. É ir além de ter somente autoestima, e ter também amor próprio e autocompaixão.
Muito falamos da importância da autoestima nas mulheres, no entanto, o que se tem defendido frequentemente é que mais do que autoestima, é indispensável  que tenhamos autocompaixão.
Segundo KristinNeff, uma das principais autoras que defendem a autocompaixão em vez da autoestima, o principal problema é que, para se ter uma autoestima elevada, é preciso sentir-se especial e acima da média. “Ser chamado de ‘mediano’ é considerado um insulto em nossa cultura. Obviamente, é impossível que cada ser humano no planeta seja acima da média, ao mesmo tempo. Então, desenvolvemos o que é conhecido como um “viés de auto-aprimoramento”, que se refere à tendência de nos acharmos superiores aos outros em uma variedade de dimensões. Estudos têm mostrado que a maioria das pessoas se acha mais simpática, mais popular, mais engraçada, mais agradável, mais confiável, mais sábia e mais inteligente do que os outros. Ironicamente, a maioria das pessoas também acha que está acima da média na capacidade de se ver objetivamente! O resultado de se usar esses óculos cor-de-rosa não é tão bonito. Essa necessidade de se sentir superior resulta em um processo de comparação social, no qual continuamente tentamos nos sobressair e desvalorizar os outros”, ela explica
Sob essa perspectiva, a obsessão pela autoestima nos envolve num processo de severa autocrítica. Quando algo que nos faça sentir menos superiores acontece, nossa dignidade despenca. Passamos a oscilar entre picos e vales emocionais, ora nos vendo como as melhores do mundo e, momentos depois, como as piores das mortais. Naturalmente, isso nos deixa mais vulneráveis a sentimentos de ansiedade, insegurança e depressão.
Já a autocompaixão nos ensina outro tipo de atitude. Novamente nas palavras de KristinNeff, a autocompaixão envolve sermos gentis com nós mesmas, quando a vida dá errado ou notamos algo sobre nós de que não gostamos, em vez de sermos frios ou severamente autocríticos.
“A Autocompaixão reconhece que a condição humana é imperfeita; assim, nos sentimos conectados aos outros, quando falhamos ou sofremos, em vez de nos sentirmos separados ou isolados.”
Autocompaixão não exige que nos avaliemos positivamente ou que nos vejamos como melhores do que outros. Pelo contrário, as emoções positivas da autocompaixão surgem exatamente quando a nossa autoestima cai, quando não atendemos às nossas expectativas ou falhamos de alguma forma.
O exposto significa que o senso de autovalorização é inerente à autocompaixão, o que nos torna emocionalmente estáveis, o que é essencial para alcançarmos a autonomia afetiva!
Mas, para alcançarmos esse ponto, precisamos investir muito em autoconhecimento, pois só quem realmente se conhece, sabe se valorizar e se amar, se torna apta, preparada e com autonomia emocional suficiente para exercer um papel de liderança em sua plenitude. Só com a autonomia emocional conseguiremos abrir caminho para a empatia e para o desenvolvimento das competências sociais, já que ser autônomo emocionalmente implica ter responsabilidade de respeitar os demais e fortalecer habilidades sociais positivas. Características primordiais para o desenvolvimento de uma boa liderança!


A liderança afetiva

#Liderança Afetiva
Com minha experiência no mercado corporativo e com o conhecimento que acumulei com inúmeros processos de autoconhecimento e com a minha formação de coaching, cada vez estou mais convencida de que a liderança se faz muito menos pelo que o líder diz ou faz, e muito mais pelo que ele realmente é.
E só pessoas com inteligência e autonomia emocional conseguem estabelecer uma liderança afetiva, que é aquela que dá ao líder a capacidade de se conectar e influenciar outras pessoas para alcançarem objetivos comuns por meio de relacionamentos fortes e apego emocional.
Líderes inspiram confiança. Eles forjam conexões emocionais que tornam os outros dispostos a lutar, se necessário, para realizar uma visão do futuro. Os líderes declaram o que eles acreditam e o que eles querem realizar. Dessa forma, conseguem se conectar a outras pessoas que o seguirão de bom grado naqueles objetivos.
E pessoas com autonomia emocional dispõem das habilidades necessárias que possibilitam as conexões emocionais com outras pessoas. Essas habilidades ligam mente, corpo, emoção e linguagem, que são indispensáveis para criar fortes conexões emocionais. Sem elas, as pessoas não estarão dispostas a seguir e apoiar um líder.
As habilidades específicas de Liderança Afetiva incluem, entre outras características: inteligência emocional, presença de liderança, linguagem intencional, escuta ativa, desenvolvimento e manutenção de confiança.
Assim, pessoas que não são resolvidas emocionalmente, e que não desenvolveram uma autonomia afetiva, não conseguem exercer plenamente tais habilidades.
Conclusão: para sermos boas líderes, precisamos ter habilidades que nos possibilitem, por meio das conexões afetivas, influenciar e inspirar pessoas para que elas nos sigam em nossos objetivos.
E, para alcançarmos essas habilidades, necessitamos, antes de tudo, da nossa própria autonomia emocional. Ou seja, como podemos pensar em sermos boas líderes, se não tomarmos as rédeas e não liderarmos nossas vidas? Portanto, é este o desafio que eu lhe proponho: busque a sua autonomia emocional, tenha autocompaixão e seja autêntica consigo mesma e, aí sim, você estará pronta para liderar outras pessoas! Vamos tentar?
Ah! Na próxima vez que alguém lhe fizer um elogio, um simples “muito obrigada” já resolve a questão, combinado?


Renata Spallicci Executiva
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