Por: Natália Marques:
É impossível falar de
outro assunto neste momento.
Nos séculos passados,
vivemos algumas epidemias com características diferentes e a humanidade se
recuperou. Elas sempre vêm como uma onda, com um pico elevado, mas depois se
retraem, o homem fabrica o medicamento e a conduta acertada, as pessoas adquirem
a sua resistência e voltam ao equilíbrio.
“Se algo matar mais de
10 milhões nas próximas décadas, é mais provável que seja um vírus altamente
contagioso do que uma guerra de misseis, mas micro-organismos” (Bill Gates –
TED março/2015)
O que podemos dizer do
Covid_19? Veio para nos alertar sobre como estamos despreparados para lidar com
a saúde das pessoas no planeta Terra. Investimos massivamente no consumo, nas
guerras, destruímos nosso planeta e as saúde das pessoas está subestimada. Já
havia uma previsão do Banco Mundial, que se houvesse uma epidemia nestas
proporções os prejuízos financeiros para as Nações seria de cerca de 3 trilhões
de dólares.
resiliência |
Hoje vemos que a
pandemia atinge todos os países, mas o que assusta é a disseminação da doença,
com medicamentos ainda em teste, sem vacina e equipamentos específicos e
limitados para recuperação dos pacientes. Vamos dizer que no geral, pegou o
sistema de saúde sem uma resposta imediata.
Para nossa análise,
vamos pegar dois exemplos extremos no tratamento dos casos que surgiram, a
China e a Itália. A China tem 1bilhão e 400milhões de habitantes, enquanto a
Itália tem 60 milhões. Ao iniciar o surto na China, as autoridades negaram a
existência do problema, mas assim que entenderam a letalidade do processo, agiram
de forma eficiente e eficaz, isolaram cidades como nunca foi visto, proibiram a
circulação de pessoas, construíram hospitais em tempo recorde e conseguiram
controlar o surto após 3 meses. Na Itália, o surto chegou galopante, houve uma
negação da gravidade (em 9 de fevereiro, o prefeito de Firenze abraçou um
turista chinês como solidariedade ao que estavam vivendo em seu País), não
houveram medidas restritivas de imediato, o sistema de saúde ficou
completamente saturado em pouco tempo, sem conseguir atender a população com os
equipamentos necessários e houve uma explosão de mortes.
A taxa de mortalidade
na China diante dos casos registrados foi de 2,3%, enquanto na Itália registra-se
em 10%.
A progressão do Covid_19,
no nosso País ainda está sendo acompanhada de perto pelas autoridades, mas as
previsões são assustadoras. As experiências dos outros países estão sendo utilizadas.
Instruções de higiene para prevenção, e o isolamento social como forma de
evitar a propagação e a manutenção somente de atividades de primeira
necessidade, além do serviço médico essencial neste momento.
A chuva de informações
é constante, algumas muito valiosas e outras totalmente irresponsáveis. Nosso
filtro precisa ser acionado a todo momento.
Vemos todos os tipos de
comportamento, pessoas descrentes colocando sua vida e a de outros em risco e outras
se mobilizando para cumprir as orientações oficiais, de higiene, isolamento
social e quarentena.
Algo inusitado se
verificou, as paralisações de atividades estão repercutindo de forma positiva
no meio ambiente, mais do que as reuniões dos grandes líderes mundiais (G20)
que evitam melhorar as condições climáticas por causa dos prejuízos financeiros.
Os satélites mostraram menor poluição no céu da China, as águas de Veneza mais
limpas, golfinhos voltaram a ser vistos na Sardenha, infelizmente com um custo
elevado de vidas.
Muitos comportamentos
solidários entre as pessoas nos grupos e nas redes, por outro lado se observa
que a ansiedade toma conta de alguns, esvaziando prateleiras de supermercado,
ou vendendo produtos de higiene superfaturados.
Mas a primeira coisa
que aprendi nestes dias difíceis, além de lavar as mãos de forma correta, é que
a saúde tem que ser levada a sério, e que quando as autoridades têm
determinação, empenho e passam confiança para a Nação, o pico epidêmico pode
ser menor, com uma curva ascendente mais suave.
Fazer uma análise de
contexto apoiada em fatos e evidências, ter autoconfiança, autocontrole, rede
de apoio social, empatia com outro, observar nosso organismo, otimismo real e
ter um sentido para nossas vidas podem determinar um comportamento Resiliente,
para se desenvolver uma estratégia para enfrentamento e superação da crise. Ressignificar
a nossa vida, pois sabemos que perdas existirão, mas que podem ser minimizadas
em nossa caminhada.
A lição que fica é que
devemos estar preparados para estes novos cenários que se desenham como
elementos de um mundo V.U.C.A., onde tudo é incerto, fluido, complexo e ambíguo.
Não temos mais certeza de nada, estas situações podem se repetir, nas diversas
dimensões da vida deste planeta.
Como diria o poeta “Alguma
coisa está fora da ordem” (Caetano Veloso), uma nova dinâmica se processa, e
quando esta onda passar, uma nova ordem se estabelecerá. Cada vez mais está
claro que nada é para sempre, porque tudo passa, as coisas boas e as más.
Natália Marques
Master Coach, Psicóloga, Especialista em Saúde Organizacional
Master Coach, Psicóloga, Especialista em Saúde Organizacional
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(11)99910-9888 WhatsApp
Psicóloga
/ Coach / Palestrante
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