quarta-feira, 13 de novembro de 2019

HOSTILIDADE X HOSPITALIDADE

Por: Ricardo Batista:

Para começar este artigo sobre um assunto tão abrangente, gostaria de propor para você busque em sua memória duas situações: a primeira uma situação constrangedora que passou recentemente e a segunda uma situação onde foi surpreendido positivamente com o desenrolar da questão.
Não é preciso poderes paranormais para identificar que na primeira situação em algum momento (ou em vários) ocorreu alguns traços de HOSTILIDADE, assim como na segunda você foi agraciado com uma generosa HOSPITALIDADE.
HOSTILIDADE e HOSPITALIDADE têm a fonética parecida, ambas são adjetivos, a rima pode ate nos enganar sobre o significado de ambas. Enquanto hostilidade significa o sentimento, pessoa ou ambiente que contraria os padrões de convivência sociável, ou tudo aquilo que se opõe aos critérios de boa convivência é considerado hostil. E já hospitalidade é o ato de hospedar, ou seja, receber e cuidar de alguém que pertença a um ambiente diferente do anfitrião para que se sinta pertencente ao ambiente a qual esta sendo inserido.
É impressionante como as relações humanas são afetadas por esses dois sentimentos que são o que chamamos na matemática de grandezas inversamente proporcionais ou que se fosse na filosofia de um paradoxo, mas pensando em mercado de trabalho poderíamos classificar como um indicador de uma empresa que valoriza o capital humano como seu principal patrimônio.
O autor britânico Simon Sinek tem duas frases que vou me apoiar para discorrer mais sobre o assunto que são: “Ofereça às pessoas uma razão para irem ao trabalho, não somente um lugar para trabalhar’’ e “Quando cuidamos de nossas pessoas, elas cuidam de nosso negócio. ”
O ambiente de qualquer instituição que almeje bons desempenhos deve ser o mais acolhedor possível. Quando falo de acolhimento, não me refiro ao discurso clichê que a maioria das corporações dizem tem, mas que na prática são hostis com seus colaboradores seja de forma implícita ou de forma declarada através da desvalorização profissional como um todo.
Eu já atuei em diversas áreas profissionais, desde a área de documentação e pagamentos gerais como Office Boy, minha primeira experiência em uma empresa formal, até hoje na área educacional como Professor de diversas disciplinas.
Uma coisa posso afirmar com certeza é que a HOSPITALIDADE profissional não tem nenhuma relação com escolaridade ou hierarquia assim como HOSTILIDADE não é algo exclusivo dos incultos (muito pelo contrário).
No meu tempo de carreira profissional posso afirmar que dois ambientes me chamaram a atenção pelo acolhimento Profissional, que foram: Canteiros de Obras quando acompanhava meu avô que era Mestre de obra e em chão de fábrica em meus tempos de metalúrgico.

Quantas vezes não vi nas obras pessoas dividindo marmita porque a do colega havia azedado, quantas vezes não vi metalúrgicos ensinando ajudantes gerais apararem máquinas para uma eventual promoção profissional) pois os mesmos não tinham recursos para uma escola como o SENAI.

Isso prova que a HOSPITALIDADE está ligada a pessoa e não a cargo, está ligado a caráter e não a escolaridade. Sei que caráter e princípio são valores, mas treinamentos e transparência são bons antídotos contra o veneno da hostilidade. Devemos combater a cultura das ‘’panelinhas” a corporação deve ser maior que divergências pessoais. Fofocas profissionais deveria ser um ato de indisciplina passivo de advertência, pode ate parecer exagero da minha parte, mas esse é um dos motivos para o Turnover (rotatividade de funcionário em uma empresa) que tem relação direta com a imagem e produtividade da empresa.
Então como identificar a hostilidade em setores diversos de uma empresa? Existem diversas ferramentas, uma que eu admiro muito é a Pesquisa de organizacional que consiste em perceber como esta a percepção de cada funcionário sobre a empresa como um todo. Os funcionários são convidados a participar e refletir sobre o seu dia-a-dia no trabalho, as práticas corporativas, os aspectos positivos da gestão de pessoas e, claro, os pontos negativos também, sempre mantendo o anonimato, de preferência é melhor contratar uma empresa de consultoria para dar credibilidade ao mecanismo. A partir dos resultados apontados se cria um plano de ação para os pontos negativos.
O tema é longo, espero ter levado a reflexão pois ao mesmo tempo que cobramos cordialidade de alguém podemos estar tendo um comportamento hostil com outro alguém, parecido com a parábola do Credor Incompassivo narrada nos Evangelhos.

Abraços e até Breve.

#educação #tecnologia #carreira #sucesso #negócio #trabalho

Ricardo Batista é Professor de Matemática e Gestão Empresarial.
Email: ricardobatista1980@yahoo.com.br

2 comentários :

  1. Muito bem escrito e abordado.
    Acrescento que um dos motivos de hostilidade por parte de companheiros de trabalho, é a competitividade e o receio de uma substituição pelo bom trabalho executado de outro companheiro de trabalho.

    Parabéns pelo artigo Ricardo.

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  2. Parabéns teacher lhe desejo a você todo o sucesso você merece

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