Por: Marli Arruda:
a gente se acostuma a viver uma vida que não quer, a gente se acostuma a ser quem não é.
RASO não é um novo acrônimo inventado pelos americanos, é minha percepção frente as demandas contemporâneas.
A gente tem se acostumado com tudo que
nos chega de forma simples e superficial, dados manipulados, pessoas alienadas
e controle sobre nossas vidas.
Muita informação, pouca assimilação,
evolução estratosféricas da tecnologia e regressão da ascensão espiritual do
ser humano.
Competição, status quo nas redes
sociais, pacificação frente aos números de suicídios, feminicídios e afins.
Aquela máxima, o que os olhos não veem o coração não sente, caiu por terra, pois hoje nós vimos e ouvimos sobre isso, mesmo assim o coração não reage.
Vivemos a cegueira do narcisismo, com fotos e mensagens fakes sobre nós mesmos.
A gente se acostuma com pessoas prometendo felicidade, a gente se acostuma com políticos prometendo soluções, a gente se acostuma a comprar tudo com muitos impostos e não usufruir disto nos serviços essenciais, a gente se acostuma a não valorizar importantes profissões e admirar outras com tanta veemência.
A gente se acostuma a relacionamentos
superficiais, a gente se acostuma com o uso excessivo das redes sociais, a
gente se acostuma com remédios e tratamentos oferecidos como milagrosos para
tirar nosso sofrimento, a gente se acostuma com o medo de envelhecer, a gente
se acostuma a não conversar sobre morte como um ciclo natural da vida.
A gente se acostuma em ver pessoas morando nas ruas, animais precisando de donos, a gente se acostuma...
A gente se acostuma com pessoas lendo
menos, e “sabendo” mais, a gente se acostuma com o sofrimento e de tanto se
acostumar, já não percebemos que estamos acostumados, e assim vivemos
escandalizados com tantas manchetes de telejornais e logo estas notícias já
serão nosso passado, no presente já estamos acostumados à não o viver, porque
estamos ocupados pensando e planejando o futuro.
A gente se acostuma com tudo isso, e muito mais, a gente se acostuma a viver uma vida que não quer, a gente se acostuma a ser quem não é.
Por isso caro leitor, faço um convite para refletirmos sobre estas demandas do mundo RASO, se estamos perdidos e sofrendo por tudo isso, devemos nos orientar, encontrar um eixo, devemos não nos acostumar com o que nos faz sofrer.
Sei que não é e não será fácil, tivemos
um grande aviso que nada mais será igual como era, precisamos nos reinventar,
precisamos encontrar o caminho do meio para continuar de forma mais profunda,
com menos ilusão e mais ação para nada continuar como está.
Não se acostume.
Psicóloga
estrategista em gestão de pessoas atua em empresas de diversos segmentos.
Escreve para blogs e revistas sobre
comportamento humano e participa de alguns programas de rádio e tv.
Coordenadora editorial do livro Networking & Empreendedorismo
Autora do livro Estratégias em Gestão de Pessoas para colorir seus negócios – Manual prático para engajar equipes. www.marliarruda.com
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