Por Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP
Imagine a situação: você está em uma
importante reunião de trabalho e chega o momento de mostrar seu potencial. O
assunto é de seu domínio, mas, quando começa a falar, sua voz começa a tremer e
fraquejar. Constrangedor? Sim, mas comum também.
De acordo com a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Voz e Expressividade pela USP e pós-graduada em Gestão e Estratégia de Marketing pela PUC-Minas, a voz trêmula é um sinal recorrente em pessoas que sentem medo, insegurança, ansiedade e nervosismo em determinadas situações.
Entretanto, segundo Cristiane, se a voz fica instável até mesmo em momentos de tranquilidade, nos quais não há motivo para nervosismo, isso pode indicar algum problema fonoaudiológico ou até mesmo neurológico. “Ao observar esse problema diariamente, em situações normais, é indicado procurar ajuda de um especialista, como um fonoaudiólogo ou neurologista”, reforça Cristiane Romano.
Mas, se o problema só aparece diante de ocasiões que geram ansiedade, por algum motivo específico, não há motivo para alarde. “O nervosismo é um dos grandes responsáveis pelo descontrole vocal. Ter calma e segurança ajudam no controle da sua voz e narrativa”.
Para auxiliar seu autocontrole e ganhar confiança, confira as orientações abaixo:
Saber respirar é essencial para ansiedade
“Em momentos de estresse, a respiração fica
rápida e curta, atrapalhando as pausas necessárias. O aumento de oxigenação no
cérebro ajuda a diminuir a ansiedade e o nervosismo”, aponta Cristiane Romano.
E para elevar o volume de oxigênio inspirado e melhorar essa oxigenação, é recomendado a respiração diafragmática. “Basta encher o pulmão de ar lentamente, observando o movimento pelo diafragma, prender a respiração por alguns segundos e expirar levemente, em movimento de sopro”.
Domine seu conteúdo
Se estiver prestes a dar uma palestra, fazer
uma apresentação ou um discurso, tenha o assunto na ponta da língua. “Quanto
mais conhecimento tiver sobre o tema a ser abordado, mais confiança você terá
para transmitir sua mensagem. Por isso, treine, repasse em voz alta, leia para
amigos e pense em questões que podem ser levantadas. Além disso, grave seu
discurso para que possa identificar falhas”, sugere a fonoaudióloga.
Utilize material de apoio
Esquecer uma simples frase pode colocar tudo
a perder, se o nervosismo tomar conta do seu emocional. Para que isso não
aconteça, tenha em mãos anotações, resumos ou pautas do que você vai abordar.
Assim, será possível retomar com segurança o assunto, evitando constrangimentos.
Não se cobre demais
Não se prenda a críticas ou comentários
negativos. “Pense na sua apresentação como uma oportunidade de crescimento
pessoal e profissional. Sobretudo, entenda as chances de falar em público como
um exercício que precisa de prática para obter a excelência. O excesso de
cobrança em si mesmo pode gerar ainda mais insegurança”.
Timidez não impede uma boa articulação
De acordo com Cristiane Romano, a timidez é
um fator muito citado como problema ao se comunicar em público. Porém, segundo
ela, é plenamente possível que uma pessoa tímida possa ser bem articulada ao
falar para um número maior de pessoas. Segundo ela, muitos dos maiores oradores
são tímidos, o que não impede que façam uma excelente apresentação. Basta
treinar a comunicação e a oratória.
“Falar com segurança e confiança, tendo o controle da situação, pode abrir muitas oportunidades, seja no âmbito profissional ou social”, finaliza a fonoaudióloga, Cristiane Romano.
Informações à imprensa
FGR
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Flávia
Ghiurghi
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