Por: Natalia Marques
No final do ano passado tive a oportunidade de assistir ao show do Sir James Paul MacCartney, o que me despertou alguma curiosidade e me levou a reflexões.
Este senhor de 81 anos (nasceu em 18 de junho
de 1942, em Walton, Liverpool, Reino Unido) é um dos homens mais ricos da
Inglaterra e é um dos compositores, músicos e multi-instrumentistas mais
importantes e bem-sucedidos da história da música; está no ranking dos dez
cantores mais ricos do mundo.
Me perguntei: o que leva este bem-sucedido profissional a fazer uma turnê de shows de duas horas e quarenta e cinco minutos sem parar um minuto, utilizando os mais diversos instrumentos, com cortesia e simpatia com o público? Na verdade, não cheguei a nenhuma conclusão, mas me detive e mergulhei em sua carreira, vida e interesses.
Paul iniciou sua carreira junto com seus parceiros John Lennon, George Harrison e Ringo Star, na banda britânica The Beatles em 1960. Eles se apresentavam em pequenos pubs e se tornaram internacionalmente conhecidos em 1964, com uma trajetória meteórica, que se estendeu até 1970, e suas canções perduram no tempo por gerações. É importante entender que na década de 60, o mundo foi marcado por momentos de muita tensão, como a guerra fria, a guerra do Vietnã, e as ditaduras da América latina, a transmissão da TV ao vivo, entre outros acontecimentos que provocaram revoluções socioculturais em todo mundo
A banda tinha algo totalmente inovador, o que
de certa forma propiciou o engajamento de seus fãs que buscavam algo novo. Na
sequência, em 1962, surge outra banda, os Rolling Stones, com um rock mais
agressivo e menos comportado, que também explodiu em sucessos.
Em 1970, a dissolução dos Beatles, por
dissidências entre John e Paul, chocou seus fãs em todo o mundo. Após o final
da banda, Paul fez uso excessivo de álcool e experimentou outras substâncias, pelo
medo das perdas financeiras que poderiam ocorrer. Ao longo dos anos, integrou
algumas bandas, lançou muitos sucessos, mas sem um vínculo forte e com pouca
duração.
Em 1971 McCartney se dedicou à sua carreira
solo, com o grupo Wings gravou um álbum com vocais de sua esposa Linda (com
quem foi casado de 1969 até sua morte em 1998). Tiveram três filhos e adotaram
mais uma. Linda, que era fotógrafa e ativista, foi o grande amor de sua vida, o
ex-Beatle afirmou que após sua morte, chorou um ano sem parar. O fato é que
também perdeu sua mãe aos 56 anos da mesma forma, para um câncer de mama.
Em 1976, teve um encontro com John Lennon, em
que assistiram juntos o programa de TV Saturday Night Live, onde o humorista
Lorne Michaels fez um desafio para que The Beatles voltassem, mas nada se
concretizou. Em 1980, ficou abalado com o assassinato e morte de seu parceiro,
evitando realizar shows ao vivo por um longo período, pois temia ser o próximo.
Nem tudo são flores, foi casado no período de 2002
até 2008 com a ex-modelo e ativista Heather
Mills. O seu divórcio durou dois anos, e foi acusado de assédio e maus tratos,
o que lhe custou boa parte de sua fortuna. Admitiu que foi o “pior erro da
década”. Tiveram uma filha Beatrice, que se tornou Benedict McCartney, a quem deu todo apoio em sua transformação, e passou
a apoiar a causa LGBTI+.
Curiosamente Paul se casou novamente com a americana Nancy Shevell, em 09 de outubro de 2011, na mesma data em
que John Lennon completaria 71 anos, no mesmo lugar onde se casou com sua
primeira esposa Nancy em 1969 (Old Marylebone Town Hall, em Londres). Uma
cerimonia e recepção discretas, para cem convidados. O vestido da noiva foi desenhado
pela estilista Stella McCartney, filha de Paul. Sua esposa o inspirou a fazer a música ‘My Valentine’, quando
estavam em férias chuvosas no Marrocos.
Em sua discografia com The Beatles, acumulou 33 álbuns e mais 43 na sua
carreira solo. Recebeu diversos prêmios em sua trajetória, em 1979 o Livro
Guinness dos Recordes o classificou como o compositor de maior sucesso da
musica pop, com 29 composições nas paradas de sucesso nos EUA, nove solo, com o
grupo Wings, e as demais com The Beatles.
Ativista de causas científicas, sociais e humanitárias, apoiou quarenta e três instituições de caridade e fundações, além de apoiar trinta e cinco causas (todas as informações se encontram em seu site). Realizou inúmeras apresentações, inclusive com outras celebridades, com renda revertida para fundações e instituições.
Em 1989, quando soube da morte do seringueiro e ativista ambiental Chico
Mendes, com grande destaque na mídia inglesa, lamentou profundamente, buscou
uma razão para que isso tivesse acontecido, e dedicou em homenagem a ele a canção
‘How Many Will Have To Die’
recém-composta para o álbum ‘Flowers In The Dirt’.
Vegetariano desde a década de 1970, é patrono da sociedade vegetariana, onde
tem também a atuação das filhas Mary e Stella, não apenas pelos benefícios a
saúde, mas também pela proteção aos animais.
Seus filhos levam vidas discretas, James McCartney se tornou músico, sua
filha Stella McCartney é quem ganhou maior destaque por seu trabalho de
estilista e designer.
Sua primeira apresentação no Brasil foi no Maracanã, estava marcada para
19 de abril 1990, dia em que o Presidente Fernando Color e sua equipe econômica
capturaram as poupanças. Assim, acabou ocorrendo em 20 e 21 de abril, sendo que
a última apresentação teve um público de 184 mil pessoas (entrou para o Guinness). Foi então que o público brasileiro capturou
seu coração, e ele definiu aquele como um momento “mágico”.
Em novas turnês internacionais, voltou ao Brasil em 1993, 2010 e 2011; em
2013 se apresentou em Fortaleza; em 2019 se apresentou em São Paulo e Curitiba.
Em 2023 encerrou sua turnê no Brasil “Got Back”, e mais uma vez surpreendeu. Em Brasília fez um show extra
intimista no Clube do Choro, com uma parcela pagante e outros convidados,
inclusive alunos e professores da Universidade de Brasília (UnB) e da Escola de
Música de Brasília (EMB), foi uma apresentação como em um pub britânico.
Em Belo Horizonte, convidou o cantor e compositor Milton Nascimento para
seu show, retribuindo a sua declaração que sempre ouvia Beatles nas viagens em
seu fusca.
Além disso, no último show no Maracanã, ao invés de anunciar sua
aposentadoria dos palcos, como era esperado, no final afirmou “Até a próxima”.
Acabei me estendendo mais do que desejava, não tive intenção de fazer
sua biografia, mesmo porque ela já existe e foi publicada, mas tentei capturar
fatos de domínio público, que estão na Internet, acessíveis a qualquer pessoa,
para entender de onde vem essa energia e profissionalismo.
O que pude observar em seu show e pelo que li de Sir Paul McCartney,
é que é um profissional com certos atributos:
Autoconfiança e autoconhecimento – têm conhecimento técnico e sabe utilizá-lo de todas as formas.
Objetivos e Sentido de vida – sempre vale a máxima, que estar no lugar certo com as pessoas certas
abre portas, mas ter objetivos claros e determinação, a curto e longo prazo são
determinantes para o sucesso. Viver em consonância com o que acredita é
fundamental.
Competência e Desenvolvimento contínuo – em sua trajetória, seu conhecimento foi evoluindo através
do tempo, se dedicou não só ao rock, mas a outros ritmos inclusive a música
clássica.
Comprometimento e Empatia – cada vez mais busca atender a necessidade de seu público, presta
atenção aos gestos, ao seu entorno e oferece o que tem de melhor sempre.
Colaboração e Equipe –
trabalha em equipe, dá espaço aos seus companheiros de banda e os valoriza.
Gratidão e Generosidade – Faz menção, lembra e homenageia aqueles que contribuíram na sua
trajetória. Ajuda aqueles que não têm suas necessidades atendidas.
Networking e Ética –
Mantém-se integro para conquistar e manter pessoas a sua volta, seja os amigos,
familiares, parceiros e público.
Acredito que
a sua motivação é baseada num otimismo para a vida, onde o bom humor e o entusiasmo
são as pilastras essenciais para a criatividade. Claro que erros acontecem, e é
necessário aprender com eles.
Está é a minha forma de perceber e entender: “Faça o melhor que puder. Seja o melhor
que puder. O resultado virá na mesma proporção de seu esforço” Mahatma
Gandhi
Talvez, em
alguma visita minha à Londres, possa encontrá-lo no metrô e falar
pessoalmente....
#networkin
#pessoas
#educação
#coach
Natalia Marques - Psicóloga Clínica, Coach e
Palestrante
Especialista na Psicoterapia na Abordagem
Resiliente
Linkedin https://www.linkedin.com/in/coachingdevida10/
Siga-me no Instagram @nataliamarquespsicologa
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