Por: Natália Marques:
Alguns estudiosos consideram que a Globalização foi um processo gradativo que se divide em três fases: tendo início no século XV com o Capitalismo Comercial e crescimento do mercantilismo; depois com o modelo industrial Europeu e as conquistas de territórios em outros continentes; e a Terceira Revolução Industrial, com a disseminação de novas tecnologias e consolidação do sistema capitalista e a queda do muro de Berlim. Para outros, esta última fase é a que realmente marca a globalização.
A verdade é que o
desenvolvimento dos meios de comunicação, a expansão e inovação constante das
redes tornaram o mundo cada vez mais integrado.
No início do século XXI (2000), o Sociólogo Domenico De Masi lançou seu livro “O Ócio Criativo”, onde discute o modelo de idolatria ao trabalho e propõe uma mudança que busque integrar trabalho, estudo e lazer. Uma sociedade baseada no crescimento do tempo livre em contraponto ao trabalho decrescente, aliado à uma melhor distribuição das riquezas e a sua produção de forma eficiente. Em seu livro “O Futuro do Trabalho”, propõe uma sociedade onde conhecer conte mais do que fazer, o que é permitido pelas novas tecnologias, integrando a vida, o ócio e o trabalho. Ele acredita que o progresso da sociedade visa maior qualidade de vida e a felicidade da população, capaz de exercer o ócio criativo, a meditação, o lazer, o amor, a contemplação da beleza, a amizade e a convivialidade.
Considerando o pensamento deste autor, observamos que a Pandemia nos obrigou a rever todos os conceitos que foram impostos pela sociedade pós-industrial ao mundo do trabalho.
Podemos considerar que o
mundo não se tornou um caos maior com a Pandemia, por conta dos sistemas
integrados de comunicação que nos trouxeram também novas propostas de trabalho,
convívio social e lazer.
Almejamos a retomada de
nossas vidas sem as limitações impostas pelo COVID, mas carregaremos aprendizados
e novos hábitos.
A necessidade de adaptação a
esses tempos difíceis nos trouxe a necessidade de ter em nossos lares, além de
uma estação de trabalho, espaços diferentes (de estudo, de lazer, de recreação
infantil e de restaurante) e de repensar o modelo de trabalho existente, com a
valorização de nossas casas.
Muitas empresas já estão
chancelando o trabalho “in home” como uma nova plataforma, enquanto outras
apostam na performance híbrida. Poucas voltarão ao sistema anterior.
Podemos dizer que a reflexão
de Domenico De Masi de certa forma aconteceu, exceto no ponto de vista
econômico, pois no plano financeiro e educacional abriu-se um distanciamento
ainda maior para as classes menos favorecidas.
Em uma entrevista em setembro de 2020, De Masi coloca de
forma clara o seu pensamento sobre o momento de Pandemia: ''A saúde vem antes
da democracia; e a democracia antes da economia. Os recursos do planeta têm
limite, e nós, ao invés de lutar uns contra os outros, faríamos bem em nos unir
contra três inimigos comuns: o vírus, o aquecimento global e as desigualdades.
Quanto à economia, o coronavírus nos ensinou a importância da intervenção
pública e a prioridade do necessário sobre o supérfluo''.
Agora com atendimentos predominantemente online de meus
clientes, me permito, em alguns momentos, estar a quilômetros de minha casa,
numa cidade litorânea, longe de meus livros. Além disso, só foi possível
escrever este artigo graças à pesquisa de internet, que reavivou todas as
leituras que fiz deste autor, trabalhando e fazendo jus ao ócio criativo.
Natalia Marques Antunes - Psicóloga, Coach e Especialista em Resiliência
Site e Blog www.nataliamantunes.com.br
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