Por: Prof. Dr. Nilbo Nogueira
METODOLOGIA X TECNOLOGIA.
QUESTIONAMENTOS E INOVAÇÕES PARA UMA NOVA ESCOLA.
Falar em mudança de metodologia e inovações é
falar sobre sair da “zona de conforto” e repensar a práticas. Na maioria das
vezes, isto causa medo, desconforto, insegurança e principalmente resistência.
Especificamente na educação a inovação está
muito atrelada às questões das tecnologias.
O que por sua vez não significa usar uma nova
ferramenta. Mas, descobrir qual o seu significado e com qual metodologia
trabalhar.
Desta forma, além do desafio de aceitar a
inovação do uso de novas ferramentas tecnológicas, de entender tecnicamente
como utilizá-la, de superar a insegurança de lidar com uma nova linguagem,
ainda temos um grande desafio.
Desafio maior que é mudar a metodologia, com a
qual trabalhamos por anos a fio e que sentimos segurança por dominá-la
perfeitamente.
OS CUIDADOS DE FAZER O
VELHO POR MEIO DO NOVO
Neste turbilhão de mudanças necessárias para
poder inovar, e com isto dominarmos a linguagem dos nossos alunos, o maior dos
equívocos é fazer a mera transposição do VELHO para o NOVO ou com o NOVO.
Assim, podemos mudar as ferramentas “papel e
lápis” por “computador e processador de texto”, mas mantendo a mesma forma de
fazer uma redação com o título imposto pela professora e descontextualizado da
realidade dos alunos, ou então trocar a pesquisa realizada nos livros da
biblioteca pela pesquisa na Internet, mas em ambos os casos obtendo apenas como
produto um amontoado de informações que não foram tratadas e utilizadas e por
conseqüência nunca se transformarão em conhecimento.
Podemos nos considerar professores “hi-tech” e
trocarmos a série de exercícios com dezenas de equações matemáticas, que antes
era entregue xerocopiada aos alunos e que agora é enviamos por e-mail. Em ambos os casos,
os cálculos e os exercícios podem ainda não demonstrar onde e como serão
utilizados de forma prática e no cotidiano.
Pior ainda é nos apaixonarmos pelas tecnologias
e solicitarmos que esta mesma série de exercícios matemáticos seja resolvida em
papel e depois digitada
no Word para
ser enviada para nosso e-mail.
Tentamos assim demonstrar a “modernidade” de nossas ações pedagógicas.
É preciso perceber o “efeito complicador
técnico” que causamos aos alunos, que gastarão 20 minutos para resolver a série
e 2 horas para digitá-la no Word.
A FERRAMENTA EM SI.
Como é possível perceber, não é a ferramenta
tecnológica sozinha que irá resolver as questões da aprendizagem. Mas, sim o que e como trabalhamos
com ela, pois se a metodologia não for alterada não há milagre tecnológico que
possa dar conta de todos os problemas educacionais.
Inovar tecnologicamente em educação não é
apenas colocar computador em sala de aula ou dar acesso a Internet a todos os
alunos. É romper com metodologias anacrônicas que se antes passavam quase
despercebidas no contexto escolar, vão se potencializar (negativamente) ainda
mais quando aplicadas sobre e com as novas tecnologias.
Por trás do manto do desconhecimento das TIC’s
e da insegurança em trabalhar com ferramentas técnicas, podemos estar
escondendo nosso maior medo.
O medo de inovar a nossa metodologia de
trabalho pedagógico. De mudar a forma livresca de ministrar uma aula expositiva
e de aceitar que a linguagem tecnológica é de domínio dos nossos alunos e que
podemos também aprender com eles.
Na realidade, precisamos ficar atentos para
entender algumas afirmações tão constantes em educação para fazer a
contraposição com as atitudes do cotidiano dos nossos alunos, como por exemplo:
REFLEXÕES NECESSÁRIAS
– Os alunos não conseguem ficar concentrados
nas aulas, são irrequietos e agitados. Em
paralelo notamos que quando estão conectados na Internet ficam totalmente
concentrados e atentos a todas as telas que estão abertas no computador.
– Os alunos não gostam de matemática e
não sabem trabalhar com a lógica. Em
paralelo notamos que ficam horas jogando na Internet e que possuem uma lógica
fantástica para desvendar todas as passagens das etapas destes jogos.
– Os alunos não gostam de escrever. Em paralelo verificamos que eles passam
boa parte do dia conversando (digitando – escrevendo) no WhatsApp.
– Fora da sala de aula, em casa os
alunos não fazem nada e não gostam de fazer tarefas. Em paralelo notamos que diariamente eles
atualizam suas páginas do Facebook, Blog e Twitter.
Estas novas linguagens e ferramentas são
incontestavelmente do domínio dos nossos alunos, que agem de forma
comportamental totalmente diferente quando estão em sala de aula, portanto como
e onde elas podem ser incorporadas na escola para aproveitar o mesmo interesse?
Esta parece ser uma questão complexa, pois
certamente precisamos analisar com quais NOVAS metodologias precisamos
trabalhar com estas NOVAS tecnologias usuais de nossos alunos. Certamente o
resultado promete ser bem profícuo, pois certamente inovaremos nossas formas e
trajetórias pedagógicas para caminharmos por uma estrada que é de domínio dos
nossos alunos.
Certamente teremos que sair de nossa “zona de
conforto” e motivados pelo encantamento, paixão e prazer de educar,
encontraremos os novos caminhos metodológicos e os novos horizontes para
inovação da escola.
PROF. DR.
NILBO NOGUEIRA
#tecnologia #educação #sociedade #carreira #conexão #networking
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Inspire-se rumo ao Sucesso!