Por: Natália Marques
A Síndrome de FoMO,
derivada do inglês “Fear of Missing Out”, que podemos traduzir como “medo de
perder algo” ou “medo de ficar de fora”, está sendo gerada pela “escravidão” da
compulsão à Internet e às redes sociais.
Ela foi citada a primeira
vez em 2000, por
Dan Herman e definida anos depois por Andrew Przybylski e Patrick McGinnis como
o medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem.
Estudos realizados no
Reino Unido e nos EUA revelam que a FoMO acomete principalmente jovens adultos
entre 18 e 34 anos (geração Millenium), mas pode afetar qualquer idade.
Estar conectado o tempo
todo, com a ilusória sensação de que não pode perder nada, leva a pessoa a
ficar horas vendo vídeos, acompanhando a rotina dos outros, deixando de viver a
própria vida e fazer algo para si.
Há um medo de que se possa
perder algo que está acontecendo naquele momento, assim busca novas informações
na timeline, clica na tela do celular a cada instante, entra em todas as redes,
publica ou compartilha novos stories. Caminham sem ver por onde passam com os
olhos grudados na tela do aparelho, e muito pior, alguns dirigem e buscam novas
informações com o veículo em movimento, até motos, correndo e colocando outros
em risco.
Uma cena que se observa e
se repete em bares e restaurantes são pessoas acompanhadas, até mesmo em
grupos, que se comportam como se estivessem sós, cada um com seu aparelho, sem
se olharem nos olhos, não obstante trocando mensagens entre si.
Você poderia me perguntar: o que há de errado nisso?
Isso depende do grau de
dependência que você estabelece com os aparelhos, a internet, os aplicativos e
as suas redes.
Estudos observam que a pessoa que está
acometida com a Síndrome de FoMO pode desenvolver alguns sintomas, em maior ou
menor grau:
·
Angústia, por acreditar que pode estar perdendo algo importante
·
Ansiedade, impaciência e irritação, para conseguir estar
conectado a todos os acontecimentos
·
Compulsão, por não controlar os próprios impulsos e pode se
tornar um vício
·
Depressão, por estar tão conectado com o mundo e ao mesmo tempo
desconectado de si mesmo, deixando de fazer sentido a própria existência
·
Baixa autoestima, por acreditar não conseguir atingir as suas próprias
expectativas e dos outros
Você conhece alguém assim?
Nesses casos temos algumas
recomendações:
·
Estabeleça um período para interagir em suas redes e seus
aplicativos, bem como tempo de uso, isso auxilia a dar limites, você no
controle
·
Ao acordar, estabeleça uma rotina para se cuidar e depois
verificar as redes, isso coloca você em primeiro lugar na sua vida
·
Sempre que possível, desabilite as notificações dos aplicativos,
isso lhe permite ver somente quando quiser, isso lhe dá autonomia para
interagir com os seus pensamentos, com as pessoas e com os acontecimentos ao
seu redor (para algumas pessoas isso é verdadeiramente assustador)
·
A noite antes de dormir, não se perca em diversos stories,
coloque um limite, ou nem deixe o celular próximo de você, faça um balanço do
que viveu e planeje o dia de amanhã, leia um livro...
Em alguns casos, é necessária
uma intervenção médica ou psicoterápica, para não entrar numa espiral de
adoecimento, observe seus usos e costumes, ouça o que seus familiares e amigos
lhe dizem, pois, a recuperação pode ser pior que o autocontrole.
Não há dúvida de que a Internet
é um caminho sem volta, mas precisamos ter a consciência de que ela deve estar
a nosso serviço, é uma ferramenta que pode nos levar a construir pontes e não
deve destruir laços.
Utilize-a a seu favor e
tenha uma vida mais feliz e plena com aqueles a quem mais ama.
“Antes de tentar arrumar o mundo tente arrumar seu próprio quarto.” Bill
Gates
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Natália Marques
Psicóloga, Coach e Palestrante
Site e Blog www.nataliamantunes.com.br
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