Por: Marli Arruda
O futuro além da nossa
imaginação.
A palavra vem da junção
do prefixo grego “meta”, que significa “além”, com o substantivo masculino
“universo”. Assim, ao pé da letra, metaverso significa “além do universo”.
Desta forma, podemos
entender que o metaverso é algo que está além da nossa imaginação do que será o
nosso futuro.
Inevitavelmente, a
tecnologia é uma poderosa ferramenta para a humanidade evoluir e cada vez mais
avançar rumo à grandes descobertas em todos os campos de atuação.
Porém, faz-se
necessário pensarmos na dualidade da vida (quente/frio, seco/molhado,
noite/dia, maré alta/maré baixa, calor/frio, bom/mau, e afins.
Enquanto o bom, o
próspero do metaverso avança, o mau também ganha vulto para a degradação humana.
Escrevo este artigo como uma livre pensadora sobre o assunto, atenta a
dualidade do universo, com intuito de provocar em você leitor (a) reflexões
acerca do nosso viver e adquirir visão crítica sobre o novo modo de vida que se
avizinha.
Metaverso e os 6 medos da humanidade
No antigo Egito no
templo de Kom Ombo próximo de Assuã, acontecia treinamentos dos discípulos em
direção a coragem. Neste templo ensinava-se aos iniciados a dominarem os quatros medos básicos da
humanidade:
Medo do abandono,
Medo de perder,
Medo de enfrentar e
Medo da Morte.
(Cairo, Cristina
Linguagem do corpo vol 3).
Napoleon Hill em seu
livro “Quem pensa enriquece” descreve no capítulo 14 em como vencer os seis medos da humanidade.
Medo de Pobreza
(Perder)
Medo de Críticas (Abandono)
Medo de Doença
(Enfrentar)
Medo de perder o amor
de alguém
Medo da Velhice
(Enfrentar)
Medo da Morte
Para ele, todos os
outros medos são de menor importância e podem ser incluídos em algum desses
seis.
No mundo contemporâneo,
estudiosos da mente humana que rastreiam estes medos com as estratégias específicas,
dominam estes conhecimentos e assim manipulam a massa que sorrateiramente tenta
“fugir” das circunstâncias que remetem aos seis principais medos da humanidade.
E eu quero fazer um
paralelo destes medos com o metaverso. Vamos lá?
Medo de pobreza – Só
tem esse medo quem viveu na pobreza e saiu dela ou quem nunca esteve na pobreza. Quem sempre foi
pobre, não tem medo, porque não teve a experiência de viver em outra condição financeira
melhor.
Desta forma, entendemos
que o medo da pobreza assombra pessoas que possuem maior consciência da mesma.
Sendo assim, investem todo seu tempo e dinheiro para não viverem no lugar que não
querem ficar por medo.
Este investimento (tempo
e dinheiro), torna-se uma roda gigante no cotidiano das pessoas por viverem
apressadas sem ver a vida de fato passar, atoladas em compromissos e boletos.
O metaverso dará a
oportunidade de vivermos uma vida farta, com tudo o que sempre pensamos em ter
a um custo (financeiro) relativamente barato. E uma conta altíssima quando
tratar-se de saúde mental para os desavisados.
Medo do abandono
(críticas). No mundo contemporâneo temos
o cancelamento quando fazemos ou falamos aquilo que a sociedade ou (grupo
seleto de formadores de opiniões não gostam).
O medo da crítica faz
com que as pessoas se calem, ou se são criticadas revidam com desculpas ou xingos,
violência física e verbal. Algumas reações abruptas outras de profundo silêncio
e depressão.
O metaverso proporcionará
um vasto campo de oportunidades para você mudar de persona como muda de roupa,
ter um avatar totalmente diferente da sua real fisionomia. Então, pra que viver
neste medo? O perigo é que aí pode instalar a falsa sensação que está sempre
tudo bem e não conseguir sair da persona que foi criada. Enquanto isso tudo
igual na vida real. (onde precisamos pagar os boletos inclusive da internet).
Medo de doença –
(enfrentar) – O medo é constante, o fato
é que nos acostumamos a vivermos doentes e comprando remédios, viver com
dor, viver com restrições e comprando remédios. Precisamos de um alívio
imediato para sanar as doenças e temos pouco interesse em procurar
autoconhecimento para entender a origem através da análise das emoções e doenças
físicas. Enfrentar é dolorido, nem sempre é fácil, então tomar remédio é mais
fácil e prático.
No metaverso, ninguém
vai entrar para ficar doente, os avatares serão todos sarados. Aqui me refiro
no contexto de trabalho administrativo/social /negócios e entretenimento.
Claro que o metaverso
será uma importante ferramenta para salvar vidas com tecnologias avançadas em
diagnóstico de doenças, bem como tratamentos.
Mas na vida real os
problemas continuarão e poderão se agravarem se o usuário do metaverso não
ficar atento para os cuidados da sua saúde real.
Medo de perder o amor
de alguém: Este medo tem criado uma sociedade carente, pais imaturos, Aqui
podemos ampliar a questão e direcionar de qual medo nos referimos.
Medo de perder pra
morte um ente querido, ah! temos sim, mas também temos apego nas pessoas (pais
e filhos, casais, empregado e empregador, amigos , professor e aluno) e só de pensar
em perdê-los ficamos deprimidos e desolados na vida, e para agravar o problema,
pessoas têm medo de perder seus seguidores nas redes sociais, geralmente este
medo vem acompanhado com o medo da pobreza e abandono.
No metaverso, isto
também poderá acontecer, afinal é um universo de relações humanas, mas os impactos serão menores.
Medo da Velhice – Este
medo é cruel, pois é uma certeza da vida, que se não morrermos antes de uma
certa idade, ficaremos velhos. A fragilidade, vulnerabilidade e impotência torna-se
uma iminência para muitas pessoas que convivem com o medo da velhice. Entram
muitas vezes numa corrida insana contra o tempo e a propaganda aguça este medo,
oferecendo inúmeras soluções, alternativas para retardar o processo.
No metaverso, este medo
não existe. Podemos deixar nossos avatares sempre jovens. E viver num lugar
onde o impossível é possível é realmente um mundo mágico. Pra que sair deste
paraíso? A vida real é muita chata, vai
nos dar algumas rugas, restrições físicas.... não, prefiro “ me refugiar por aqui.
(... e a vida real continua acontecendo).
Medo da Morte:
Boa parte da civilização mundial, foi doutrinada para ter este medo. O
enigma assusta, afinal o que vem depois?
Ninguém quer a morte,
só saúde e sorte (Gonzaguinha). E fazemos de tudo para a morte não nos visitar.
Entretanto, no mundo contemporâneo, uma boa parte da população desencantou-se com a vida ultrapassando o medo da morte optaram pelo suicídio
No metaverso, este medo
é sentido, existe uma preocupação, mas também sabemos que podemos viver
novamente. Que a morte não passa de uma ficção. O perigo pode existir, mas se
eu tirar o óculos de realidade virtual e desligar a internet tudo bem. Ufa! eu não morri de verdade.
Essa sensação é boa, é
acolhedora, essa vida é satisfatória, o desejo de permanecer por mais tempo
nessa imersão tende aumentar e a vida real está ali nos convidando a voltar...
Prezado
leitor(a), espero ter conseguido transmitir o pouco que sei sobre o
comportamento humano e o metaverso que será o protagonista do futuro. Em médio e
longo prazo este recurso será acessível para uma boa parte da população
mundial. Ter uma noção da sua dimensão nos ajudará com essa estranha sedução
que nos acometerá. Manter a racionalidade para usar sem se viciar, é o que tornará pessoas bem sucedidas, serão
aquelas que serão líderes de suas vidas e lúcidas em suas decisões. A saúde
emocional agradece.
Psicóloga
estrategista em gestão de pessoas atua em empresas de diversos segmentos.
Escreve para blogs e
revistas sobre comportamento humano e participa de alguns programas de rádio e
tv.
Coordenadora
editorial do livro Networking & Empreendedorismo
Autora do livro
Estratégias em Gestão de Pessoas para colorir seus negócios – Manual prático
para engajar equipes. www.marliarruda.com
marli@marliarruda.com