quarta-feira, 31 de março de 2021

quarta-feira, 24 de março de 2021

A importância da parceria entre professores da sala de Recurso do Atendimento Educacional Especializado em tempos de pandemia.

 Maria Madalena Dornelas Borges[1]

Paula Dantas Marques[2]

Silvia Maria Jacome Formiga[3]

 RESUMO

O presente trabalho visa elencar as práticas de adaptação curricular realizadas em uma ação colaborativa, pelas professoras da Sala de Recursos do Atendimento Educacional Especializado (AEE), da rede estadual de Ensino, garantindo assim, o direito às diferenças no currículo, valorizando as características individuais dos alunos e realizadas com base em uma análise qualitativa e quantitativa, onde serão feitos levantamento de dados, juntamente com os professores regentes e familiares, a fim de verificar o desempenho e aprendizagem dos alunos público alvo da Educação Especial, mediante as adaptações curriculares realizadas, favorecendo assim o processo de inclusão escolar.  A prática pedagógica apresenta relatos de parcerias entre professores regentes e pais sobre a importância dos trabalhos das professoras especialistas da sala de recurso em tempo de quarentena provocada pela pandemia da Covid-19, mostrando o fortalecimento do trabalho colaborativo.

Palavras chaves: parceria; ação colaborativa; interação social; prática pedagógica coletiva.

 INTRODUÇÃO

 Esse trabalho visa apresentar e mostrar a parceria do trabalho em equipe de três professoras da sala de recurso do Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Rede Estadual do Estado de São Paulo no ano de 2020, pertencentes a Diretorias de Ensino de São Bernardo do Campo e Pindamonhangaba. A prática pedagógica utilizada permitiu que a união e a ação colaborativa formassem e compusessem elos com as mesmas finalidades em prol do aluno público-alvo da educação especial em tempos de quarentena, através de capacitações, orientações, troca de experiência, ajuda mútua nas atividades adaptadas e, acima de tudo, a sensibilização de cada uma ao deparar com um “novo jeito de ensinar”.

Os hábitos pedagógicos tradicionais foram modificados permitindo a reinvenção e adaptação ao uso constante das plataformas digitais (TICs) por meio da criação de aulas e atendimentos virtuais, para que o trabalho e o atendimento aos alunos não fosse interrompido e que as ações prosseguissem diante deste novo “cenário educacional” vivido em decorrência da crise sanitária da covid19, conforme trata a portaria n° 343, de 17 de março de 2020. O chamado novo “normal” surge diante da sociedade e a necessidade de apoio mútuo possibilitou a aplicação de boas práticas para os alunos com o foco na superação e alcance de resultados positivos de estudantes, importantes e especiais, para todos em que neles confiam, convivem e admiram por seus esforços.

DESENVOLVIMENTO

O ano de 2020 tem apresentado muitos desafio e momentos difíceis pelo qual a sociedade tem passados para orientar a população sobre as medidas sanitárias, práticas e direcionamentos com vistas a minimizar os efeitos e a disseminação da covid19 pelo planeta, as áreas de saúde e econômica são, entre outras, algumas que estão tendo grandes impactos em virtude da pandemia que assola o globo.

Na educação de crianças, jovens e adultos observa-se, em muitos países, a interrupção das atividades presenciais e, em muitos casos, o lockdown completo dos serviços prestados por longos períodos de tempo, o público que antes era alcançado começa, em partes, a pouco usufruir dos direitos aos estudos que a sociedade possui, seja por dificuldades em conciliar as novas abordagens e, ou, estratégia de ensino aplicada, seja pela falta de interesse ou dedicação por partes dos estudantes diante dos novos paradigmas em que se encontram.

Ao analisarmos que o apoio e suporte da educação aos alunos é fundamental e relevante aos estudantes que possuem algum tipo de dificuldade com os estudos e, em especial, aqueles que têm algum tipo de deficiência física ou mental, o cenário torna-se ainda mais importante para que se garanta a qualidade e o melhor resultado possível na continuidade da aprendizagem. A formação e parceria entre os professores, família e gestão escolar formam a base e pilar na busca por uma educação de qualidade, que esteja presente na vida dos estudantes e assegurando que o lugar ou meios que permitam e possibilitem o desenvolvimento de um trabalho colaborativo e que garanta o acesso a uma educação inclusiva.

O alinhamento e colaboração dos professores do atendimento especializado, somados aos professores da sala comum e coordenação pedagógica, possibilitaram a criação de recursos acessíveis e atividades adaptadas para todos os alunos. O objetivo desta parceria surgiu diante das novas estratégias desenhadas e implementadas na educação, ocasionando uma brusca mudança e nova metodologia de trabalho e convívio, reinventar-se foi e é o termo para as possibilidades infinitas que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) proporcionam como as trocas de experiência e o trabalho conjunto dos profissionais resultou nas elaborações das atividades adaptadas de forma a atender aos interesses dos alunos, familiares e professores regentes, com vistas a possibilitar a adequação dos conteúdos e habilidades do currículo paulista e Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propostas pelos educadores regentes da sala de aula comum e referidas Diretoria de Ensino (DE) aos alunos da inclusão.

A parceria consistiu em um trabalho colaborativo entre professores regentes e professores especialistas da sala de recurso no atendimento aos alunos públicos-alvo da educação especial, possibilitando trocas de experiências, conhecimento, ideias, apoiando-os nas elaborações das atividades adaptadas e apoiando a equipe da gestão na acessibilidade ao aluno com deficiência. O incentivo e acolhimento de cada aluno, o respeito e dedicação ao ritmo de aprendizagem individual e, simultaneamente, o acompanhamento das instruções cabíveis a cada situação e obstáculo encontrado.

Ressalta-se que Damiani (2008, p. 218) menciona que “[...] pode-se pensar que o trabalho colaborativo entre professores apresenta potencial para enriquecer sua maneira de pensar, agir e resolver problemas, criando possibilidades de sucesso à difícil tarefa pedagógica”.

 O processo de escolarização dos alunos público-alvo da educação especial nas escolas regulares é um tema de suma importância, pelo fato de a inclusão escolar se fazer presente atualmente nas escolas e que precisa ser compreendida, aceita, entendida pelos profissionais. Ao matricular os estudantes nos estabelecimentos das redes públicas ou privadas não significa, somente, oportunizar garantias de acesso ou, muito menos, fazer cumprir as leis que garantem a permanência destes e seu progresso nas escolas, faz-se necessário realizar as adequações curriculares pertinentes para desenvolver uma boa proficiência no processo ensino-aprendizado e fazendo a inclusão acontecer dentro da realidade ao abordar as suas potencialidades cognitivas.

            A Lei Brasileira de Inclusão (2015) em seu capítulo IV, artigo 27, diz: 

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;

II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena.

 

 Os estudantes com deficiência têm garantia ao acesso curricular na educação devendo ser o desenvolvido e integrado com demais estudantes, cabe ressaltar que os alunos público-alvo da educação especial, aprendem de uma forma diferenciada, necessitando de recursos e apoio, diferenciando as estratégias pedagógicas.

A instrução da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGBE, de 14 de janeiro de 2015 dispõe sobre a escolarização de alunos com Deficiência Intelectual (DI) da Rede Estadual de Ensino, vindo complementar a Resolução 6 de 1/11/2014. Nessa Instrução, em seu artigo 7, fala-se sobre a adaptação curricular: 

A adaptação do currículo regular implica no planejamento das ações pedagógicas dos docentes, de forma a possibilitar variações no objetivo, no conteúdo, na metodologia, nas atividades, na avaliação e na temporalidade. Essas ações constituem possibilidades educacionais, a serem realizadas pelos professores de ensino regular nas classes comuns.

 

Complementarmente, menciona que o currículo funcional “Entende-se por currículo funcional natural uma proposta metodológica para atendimento de pessoas com dificuldades de comunicação, interação social, comportamento e aprendizagem”.

As ações de adaptação curricular não constituem apenas a possibilidade de acesso ao conteúdo para os alunos com deficiência intelectual e, sim, a garantia do início de um currículo inclusivo para que todos possam ter acesso a uma educação justa e igualitária, dando suporte às dificuldades de aprendizagem. Ao possuir como fundamento a necessidade de tornar o currículo escolar acessível ao publico que se destina, adaptando-o aos formatos necessários para fomentar a aprendizagem e inclusão dos estudantes com deficiência e com outras necessidades educacionais especiais, nesta linha, Vygotsky afirma que: 

Todas as crianças podem aprender e se desenvolver. As mais sérias deficiências podem ser compensadas com ensino apropriado, pois, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental. (VYGOTSTY,             1997, p.101). 

 Pode-se compreender que independente das deficiências e dificuldades, todos os alunos sem exceção podem aprender com o uso e identificação de boas práticas e metodologias aplicadas à educação que garantam o aprendizado adequado, organizado e de qualidade para possibilitar aos educadores a superação das dificuldades encontradas no ambiente escolar e efetivar de fato a inclusão de alunos com deficiências nas escolas da rede estadual de São Paulo.

A formação continuada dos professores referentes às práticas de adaptação curricular por meio de experiências e estudos de caso, somados ao apoio pedagógico das escolas, infraestrutura adequada e parceria com os docentes de disciplinas regulares permitem a elaboração e melhoria contínua das atividades de adaptação curricular e como resultado, quebra-se o paradigma que os alunos da educação especial não possuem as potencialidades para frequentar uma escola comum e ter o convício social esperado para com os outros estudantes. Essa troca de saberes só é possível porque os professores regulares são especialistas em conteúdos específicos de uma determinada disciplina escolar, enquanto os professores de educação especial são especialistas em avaliação e conteúdos específicos sobre a educação especial necessária para a elaboração das adaptações curriculares (SILVA, 2007, apud Santos et. al., 2015).

Uma prática inovadora que pode ser mencionada e destacada foi à elaboração do Blog Spaço Educar (https://madalenaclaudia.blogspot.com/), elaborado em 2015 pela professora Maria Madalena Dornelas Borges, com o intuito de compartilhar e disseminar atividades adaptadas com outros professores, pais e profissionais que tem alunos da inclusão. O conteúdo disposto no blog é resultado dos trabalhos desenvolvidos na sala de recurso de Atendimento Educacional Especializado (AEE) que conta com as parcerias das servidoras pertencentes à Diretoria de Ensino – DE, de São Bernardo do Campo e de Pindamonhangaba: Alexandra Reis, Silvia Formiga e Paula Dantas.

A colaboração entre as servidoras e o direcionamento de seus trabalhos na educação especial iniciou-se em 2012 por meio das professoras Madalena e Silvia, que se dispuseram a orientar com informações relevantes ao funcionamento da sala de recurso do Serviço de Apoio Pedagógico Especializado-SAPE, hoje, Atendimento Educacional Especializado - AEE. A partir do acompanhamento e progresso dos alunos, percebe-se o entusiasmo que as pessoas envolvidas neste processo, assim como os familiares, possuem em verificar as conquistas, fruto de um trabalho diferenciando e educacional que propicia aos alunos autonomia, independência e participação do núcleo familiar no processo de formação, acrescidos da participação ativa de professores de outras disciplinas, na construção de uma educação mais participativa, plena, com maior inclusão social e escolar.

No ano de 2013, a professora Alexandra de Sousa Reis inicia sua colaboração a sala de AEE compartilhando ideias, preocupações e a coloca em prática as reuniões de brainstorming a respeito das atividades adaptadas a serem elaboradas no que tange seu conteúdo, forma e estratégias que permitem o foco dos alunos aos conteúdos apresentados. A partir das percepções, a equipe desenvolvia a adaptação dos exercícios, cada vez mais, atrativas, com riqueza de imagens e com foco nas hipóteses de escrita (pré-silábica, silábica sem valor, silábica com valor sonoro, silábica alfabética e alfabética inicial).  A cada nova atividade e período, as apreciações das educadoras ao material produzido permearam o que mais tarde originou-se como a criação do blog referido anteriormente.

Em 2019, somou-se a equipe a professora Paula Dantas, que logo após sua entrada e participação nas atividades elaboradas na AEE, depararam-se com o advento da pandemia e ao “novo normal”, as interações entre as professoras neste período, as trocas de experiências e capacitações por meio de videoconferência nas elaborações das atividades aumentaram sua experiência e direcionaram seus esforços à concretização das aprendizagens dos alunos da Educação Especial, respeitando as particularidades dos estudantes, pois cada estudante é único.

A abordagem das aulas remotas, a parceria e ações colaborativas ganharam força e dimensões mais acentuadas e significativas. Ao enaltecer a educação especial, as estratégias e práticas utilizadas, não omiti as dificuldade e barreiras que foram ultrapassadas e que se apresentam diariamente no trabalho de formação dos alunos. A adequação e empenho dos profissionais face às restrições vividas pela sociedade no momento devem motivar a busca por novos caminhos e disseminação de boas ideias e experiências, na forma de planejar e dinamizar a prática pedagógica, capacitando-os professores e orientado as famílias, seus filhos (aluno) para aperfeiçoar o desenvolvimento de habilidades e competências a fim de melhorar a qualidade de vida e inclusão social. 

ANÁLISE DE RESULTADOS           

A análise dos resultados condizentes as algumas práticas utilizadas pela equipe da AEE consistem na adequação de atividades adaptadas e, de forma especial, ao feedback que as educadoras obtêm de seus pares, alunos e familiares. As imagens abaixo mostram adaptações feitas em atividades de diferentes disciplinas e anos e aplicadas à unidade escolar da rede estadual de São Paulo. 

Figura 1 – Atividades adaptadas de História e Português

 

Figura 2 – Atividades adaptadas de Português e Inglês

Os relatos de experiência que demonstram a força das ações colaborativas são expressos abaixo: 

- 1º DEPOIMENTO - Equipe da Escola Estadual Laura Lopes: “Para que a inclusão realmente aconteça, é importante uma parceria entre o educador especializado, que acompanha o aluno diariamente, os docentes e o amparo às famílias dos educandos.

Este educador colabora com todos para minimizar as barreiras que dificultam a inserção do aluno com necessidades educacionais especiais na vida escolar. Estes profissionais são escassos, porém em nossa escola Laura Lopes, temos a sorte de ter estes profissionais que nos auxiliam de forma brilhante para a inclusão destes alunos, trabalhando em parceria com todo corpo docente”. 

- 2º DEPOIMENTO – Helen Cristine Teodoro Ramos Petrucci: “Sou Helen e mãe do João Vitor Ramos Petrucci, 20 anos, portador de Síndrome de Down, que estuda na Escola Estadual Laura Lopes, no bairro Prosperidade em São Caetano do Sul. Meu filho está no primeiro ano do Ensino Médio e ainda não se alfabetizou. Inicialmente com a pandemia a minha preocupação era que meu filho perdesse total interesse pela Escola.

Por isso, considero que o trabalho da professora Madalena foi de fundamental importância para que ele continuasse o processo de alfabetização e participasse das atividades da sua sala. É notável a dedicação dela para conseguir adaptar as atividades de todas as matérias, se preocupando com todos os detalhes. Ele realiza as atividades com prazer e alegria porque percebe que aquilo está dentro da realidade de desenvolvimento dele. O amor que ela imprime pelo que faz transpassa as barreiras da inclusão, ela consegue envolver o corpo docente para que juntos abracem a causa e pensem em inclusão com qualidade. A parceria dela com os professores e com nós familiares, faz com que acreditemos que barreiras podem ser rompidas e a inclusão realmente aconteça. Nossa gratidão pelo primor de trabalho que é realizado.        Atenciosamente, Helen”.  

- 3º DEPOIMENTO - Joseni Joelia do Nascimento. “Sou mãe da aluna Vitória Costa Nascimento da Escola Estadual Célia Keiko Ikeda de Pindamonhangaba: Então, as atividades estão sendo muito legais, ela está ganhando mais conhecimento, ela tem dificuldade, mas ela está aprendendo coisas que ela não sabia, está sendo lento, mas ela está reconhecendo mais as coisas, objetos, cores, coisas que ela não sabia. Está sendo muito legal as atividades adaptadas, pois ela só consegue fazer se for adaptada para ela, porque se não for, ela não consegue, porque ela já tem dificuldade, com as atividades adaptadas, imagina as que não são adaptadas, ela não conseguirá mesmo. Eu estou gostando, ela também gosta de fazer as atividades, acaba se divertindo com algumas partes das atividades. Está sendo legal, eu estou gostando bastante”. 

- 4º DEPOIMENTO: “Meu nome é Márcia Alves sou professora de Língua Portuguesa da Escola Estadual Célia Keiko Ikeda de Pindamonhangaba. Tenho no 6º e 7º ano, alunos com deficiência intelectual. Apesar da falta de experiência com alunos especiais, enquanto estávamos na sala de aula, desenvolver o conteúdo era mais simples, pois no momento da explicação, conversa, diálogo era mais fácil acessar e acompanhar o quanto eles estavam entendendo e aprendendo. Confesso que, com a quarentena e as aulas remotas, adaptar as atividades foi um enorme desafio. No início a professora Paula

Dantas, pacientemente, fazia as adaptações da minha disciplina. Foi durante uma reunião de APTC que abri meus olhos com relação às atividades e avaliação desses alunos. A professora Paula, lindamente, deu uma aula de inclusão e empatia para todos nós. Isso mudou meu olhar e meu método de trabalho. Após esse momento, com as devidas orientações e supervisão da professora Paula, tenho feito, humildemente, minhas adaptações. O momento delicado trouxe para todos: perdas, ensinamentos, “novos medos”, mas também trouxe a possibilidade de mudança, adaptação e superação para todos nós. Sigamos com fé"! 

- 5º DEPOIMENTO -“Eu sou Cristiane Xavier, mãe do aluno Kauan de Sousa Lima, estudante autista matriculado no 7º ano da Escola Estadual Integral Jean Piaget. Esse ano foi difícil para todos, mas principalmente para o Kauan, mas graças a Deus temos a Silvia nas nossas vidas que sempre nos ajudou na parte pedagógica e emocional. Sei que ela não trabalha sozinha, teve alguns profissionais junto com ela para fazer a lição adaptada para o Kauan. Kauan teve muitas dificuldades, fiz papel de mãe, professora, fiz o máximo que pude para ajudar o meu menino, foi difícil em certo momento, pensamos em até desistir, mas tivemos o apoio dos professores do Jean Piaget, recebendo mensagem nos motivando a continuar. Não tive a oportunidade de conhecer os professores do Kauan pessoalmente, mas não tenho do que reclamar sempre me trataram super bem pelo zap. Quero agradecer a todos que me ajudaram e às meninas da direção que sempre me receberam super bem e me ajudou nas minhas dificuldades, enfim. Que Deus abençoe a todos e que no ano que vem possamos estar juntos novamente. 28/11/2020”. 

- 6º DEPOIMENTO - Elisete dos Santos Aquino, mãe da aluna Eloisa Santos Aquino 7º ano, da Escola Estadual Professora Yvone Frutuoso Prodóssimo: “Esse ano não foi nada fácil, a quarentena do Coronavírus pegou todos de surpresa, ninguém esperava passar tanto tempo em casa sem expectativas sem saber o que iria acontecer. Existem pessoas que tornam nossa caminhada mais significativa, e tornam os problemas menos ardilosos, pelo apoio e pelo carinho. Esse ano mais uma vez, só tenho a agradecer a Deus por esse anjo que se chama Silvia. Além de ser profissional da educação é muito dedicada, teve o capricho de adaptar todas as lições para minha filha Eloisa. O ano foi difícil, mas com sua ajuda eu aprendi muito também. Só tenho uma palavra GRATIDÃO”. 

- 7º DEPOIMENTO - Valdirene Mendes Silva. Escola Estadual Dona Castorina Cavalheiro. Campinas. São Paulo: “Em decorrências da pandemia da corona vírus o mundo inteiro precisou passar por uma mudança na rotina escolar dos alunos, e assim sucessivamente mudanças na rotina das famílias, sendo assim as famílias passaram a ter um contato direto com o desenvolvimento das atividades pedagógicas dos filhos com apoio dos professores.

Para dar continuidade nos trabalhos pedagógicos precisei encontrar meios para atender os meus alunos de modo assertivo que despertasse o interesse pelos estudos remotos, sei que não seria nada fácil, no início dos estudos remotos comecei a enviar atividade em uma linguagem mais acessível para os alunos, mas não foram bem aceitas, por eles estarem na fase da adolescência, eles achavam as atividades infantilizadas, essa abordagem pedagógica infantilizada de conteúdos trouxe desânimo para continuação dos estudos nesse sistema remoto de ensino, em conversas com outros professores foram apresentado o blog da professora Madalena, então passei a utilizar as atividades adaptadas com os meus alunos, os roteiros das atividades eram enviadas semanalmente todas adaptadas. Os alunos conseguiram fazer todas as atividades com o apoio da família, e consequentemente despertou um interesse maior por parte dos alunos e da família para desenvolvimento das atividades. As atividades adaptadas de acordo com o currículo e a faixa etária dos alunos foram mais significativas para o aprendizado”. 

- 8º DEPOIMENTO - Professora: Tatiane Pereira dos Anjos Cardoso: “Sou professora do Atendimento Educacional Especializado da Diretoria de Ensino de Itapecerica da Serra, nas Escolas: E.E. Julia de Castro Carneiro e EE Jardim Jacira há cinco anos e durante essa pandemia encontrei dificuldades em auxiliar os professores em relação às atividades adaptadas, quando encontrei esse blog fiquei muito feliz, deixando claro que cada aluno é único e não existe atividade pronta, o que existe é conhecer o aluno, suas potencialidades e dificuldades. Observei que as atividades do blog são divididas por série/ano, respeitando as habilidades do currículo. Às atividades possuem uma linguagem jovem de acordo com o público alvo, algumas situações de aprendizagem adaptadas de acordo com o caderno do aluno e até aulas do Centro de Mídias. Observei também que os desenhos gráficos como destacar as imagens para o que realmente é necessário, possibilitou atividades acessíveis e de fácil compreensão, destacando mais uma vez, que não é atividade pronta, mas infinitas possibilidades de atividades adaptadas ao currículo que servem também como norte para o professor fazer suas próprias adaptações utilizando ou não, em relação a cada aluno podendo enriquecê-las com outros recursos como material concreto, aulas expositivas, vídeos educativos, aplicativo play games para gravação de aulas. Amei o blog, agradeço de coração”.   

          
                             

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A parceria e a ação colaborativa é um elo de suma importância no âmbito da escola, seja por meio físico ou virtual e do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar – CONVIVA SP, ratificando que a prática pedagógica tem o intuito de mostrar valer as adaptações curriculares para os alunos da educação especial, pois é uma ferramenta da acessibilidade metodológica, instrumental, programática, conforme leis, normas e regimentos e na comunicacional: comunicação interpessoal (face a face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc., incluindo textos em braile, uso do computador portátil) e virtual (acessibilidade digital).

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Decreto n. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº 6253, de 13 de novembro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 set. 2008a.

  ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF: MEC, 2008b.

 ______. Ministério da Educação. Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do novo Coronavirus – COVID19. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-248564376. Acesso em 18/12/2020

 CECÍLIO, Camila: 12 respostas sobre Educação Inclusiva em tempos de Pandemia. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/19694/12-respostas-sobre-educacao-inclusiva-em-tempos-de-pandemia. Acesso em 25 de nov. 2020.

 CONVIVA SP. Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar. Resolução 48, de 1-10-2019- Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/convivasp/wp-content/uploads/sites/17/2019/10/Res-SE-48-de-1-10-2019_20191002.pdf. Acesso em: 01 de dez. 2020.

DAMIANI, M.F. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Revista Educar, Curitiba, n. 31, p. 213-230, 2008.

ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Disponível em:   http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em 25 de nov.2020.

SANTOS, Shirley Aparecida dos; MAKISHIMA, Edne Aparecida Claser; SILVA, Thaís Gama da. O trabalho colaborativo entre o professor especialista e o professor das disciplinas – o fortalecimento das políticas públicas para educação especial no Paraná. In: Educere – Congresso Nacional de Educação, XII, Curitiba, 2015. Anais. Curitiba, 2015, p. 8312-8325.

 SILVA, A. M. Buscando componentes da parceria colaborativa na escola entre família de crianças com deficiência e profissionais. 2007. 130 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2007.

 

SÃO PAULO, Governo do Estado de. Instrução CGEB, de 14 de janeiro de 2015.  Disponível em:  https://midiasstoragesec.blob.core.windows.net/001/2017/02/di.pdf Acesso em: 25 de nov.2020.

 

VYGOTSTY, L. S. Obras Escogidas - V. Fundamentos de Defectologia, São Paulo, p.101, 1997.


[1] Licenciada em Pedagogia com habilitação em Deficiência Intelectual pela Faculdade de Educação São Luiz - FESLJ   de Jaboticabal SP. Professora Especialista, Regente da Sala de Recursos de Deficiência Intelectual da E.E. Laura Lopes da Diretoria de Ensino de São Bernardo do campo. E-mail: mada_dornelas@yahoo.com.br

[2] Licenciada em Pedagogia pela Universidade Guarulhos – UnG e com pós-graduação em Educação Especial – Área da Deficiência Intelectual, pela Universidade Nove de Julho – Uninove. Professora Especialista, Regente da Sala de Recursos de Deficiência Intelectual da E.E. Prof. Célia Keiko Ikeda da Diretoria de Ensino de Pindamonhangaba. E-mail: dantaspaulafe@gmail.com

[3] Licenciada em Psicologia, Pedagogia e Normal Superior; Especialização em Psicopedagogia da Educação Especial pela Faculdade Metodista; Especialização em Educação Especial e Especialização em Deficiência Intelectual pela Faculdade de Educação São Luis Jaboticabal – SP; Regente as Sala de Recursos da E.E.I. Jean Piaget e da E.E. Professora Yvone Frutuoso Prodóssimo da Diretoria de Ensino de São Bernardo do Campo. E-mail: silvaformiga@globo.com   

quarta-feira, 17 de março de 2021

Como diferenciar gagueira, disfemia e disfluência

 Por Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP

A fala é um dos principais instrumentos de comunicação dos humanos com o mundo. É claro que existem outras formas de interação, mas qualquer problema com essa função pode causar insegurança tanto em adultos quanto crianças. Por isso, é importante conhecer os diferentes transtornos de fala para saber quais as melhores terapias.

Gagueira, disfemia e disfluência

Muitas pessoas confundem esses termos e acreditam tratar-se de uma coisa só. Entretanto, eles representam tipos de alterações na fala diferentes entre si (tome cuidado também para não confundir problemas de fala com problemas de voz).

 Para você entender melhor essas diferentes alterações, a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em Ciências e Expressividade pela USP, lista as principais características de cada uma delas:

 Disfemia

A disfemia normalmente manifesta-se entre os 2 e os 5 anos de idade. “Trata-se de uma característica genética que atinge pessoas de todas as raças e classes sociais. Normalmente, o indivíduo não consegue expressar uma ideia sem repetir algumas sílabas diversas vezes, o que se intensifica quando fica nervoso”, explica Cristiane.

Na maior parte dos casos, os sintomas desaparecem até os 5 anos de idade. “Caso o problema persista mesmo após essa idade, é possível que esteja ligado a alterações cerebrais. Por isso, o ideal é procurar ajuda profissional o mais cedo possível. Geralmente, essa alteração é tratada por um fonoaudiólogo”.

 Disfluência

Pode-se dizer que um indivíduo capaz de falar frases concisas, mantendo ritmo e harmonia, é fluente naquela língua, correto? Mas, quem sofre de disfluência não consegue manter esse ritmo. “Durante o discurso, podem aparecer repetições, alongamentos, apagamentos, inserções, pausas preenchidas, substituições, truncações, pausas silenciosas atípicas, marcadores de edição, erros morfossintáticos, dentre outros. Todos são sintomas de disfluência”, afirma Cristiane Romano.

 “Cada grupo de sintomas desse transtorno está ligado a determinado componente da fala. É claro que qualquer um de nós está sujeito a cometer erros durante um discurso, mas para os portadores de disfluência, isso se torna rotina. É impossível que falem sem recair em alguma dessas dificuldades”.

 Gagueira

O senso comum classifica qualquer transtorno de fala, que tenha como principal característica a repetição, como gagueira. Entretanto, a gagueira é, na verdade, um dos sintomas tanto da disfemia quanto da disfluência.

 Nesta última, segundo a fonoaudióloga, o interlocutor pode ter problemas com repetidos bloqueios, ou seja, interrompe palavra ou frase repentinamente e demonstra grandes esforços para retomar a fala. Também pode ter problemas com interjeições, de modo que insira recorrentemente termos sem sentido ou coerência no meio do discurso.

 “Normalmente, quando o indivíduo se vê diante de uma situação embaraçosa ou desafiadora, esse sintoma tende a se intensificar. Por causa disso, há alguns que se envergonham e se tornam pessoas mais fechadas, evitando interações. Esse não é o melhor caminho, visto que a ajuda médica é eficaz no tratamento do problema”, esclarece Cristiane Romano.

Informações à imprensa

FGR Assessoria de Comunicação

Flávia Ghiurghi

flavia@fgrcomunicacao.com.br

flaviavghiurghi@hotmail.com

flaviaghiurghi@gmail.com

(11) 9-9716-2800

www.cristianeromano.com.br


quarta-feira, 10 de março de 2021

“Afinal o que as mulheres querem?”

 Por: Natália Marques:

Esta célebre frase foi dita por Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, para mostrar sua percepção do quanto é difícil entender essa entidade chamada Mulher, seus pensamentos e desejos.

Parecemos tão frágeis e ao mesmo tempo fortes, submissas e independentes, decididas e confusas - uma dualidade permanente que nos remete a analisar todos os fatos através de perspectivas diferentes e assim somos seres únicos, especiais e sensíveis.

 Embora ainda exista uma cultura de dominação, onde a mulher se vê prisioneira de dogmas que não respeitam essa sensibilidade, cada vez mais ganhamos espaço para realização pessoal e profissional, com equidade de atribuições e ganhos, mas ainda insipientes.

Agora pergunto: o que seria o mundo sem as mulheres?

Em primeiro lugar, o mundo não existiria, é a mulher que procria, que dá vida a outro ser humano, nesse processo o homem é um coadjuvante. Até hoje, a mulher pode ser substituída em qualquer coisa menos neste processo, mas a ciência pode inventar outra forma não natural.

Se as mulheres resolvessem fazer greve por um dia de seus afazeres, domésticos ou corporativos, o mundo entraria em colapso. O fato é: sua sensibilidade torna o mundo um lugar mais aprazível, nem sempre tão sensato dentro da perspectiva masculina.

 Por não serem compreendidas em seus desejos e pensamentos, ainda são submetidas a supremacias de muitos homens que as desrespeitam e por quem são violentadas, agredidas e mortas.

 No campo corporativo, o número de mulheres que ocupam um alto escalão ainda é diminuto, e os salários, na maioria dos postos de trabalho, ainda são 50% abaixo dos mesmos ocupados por homens. Vale ressaltar que as mulheres negras ainda sofrem maior discriminação e assédio.

 Durante a pandemia, mulheres em relações conjugais com parceiros violentos passaram a ser mais vulneráveis, principalmente pela dependência econômica.

Mulheres sem companheiros e responsáveis pelo sustento e educação dos filhos, durante a pandemia, se viram sem local onde deixar os filhos para continuarem suas atividades profissionais, precisaram se desdobrar ainda mais em suas funções, sejam pessoais ou profissionais.

 Observa-se um movimento, onde companheiros homens, procuram dividir as atividades domésticas e também a educação e cuidados com os filhos. As mudanças estruturais da sociedade ocorrem a passos de tartarugas, que poderão ser sentidas pelas próximas gerações.

 O respeito a mulher só será alcançado efetivamente em uma sociedade mais justa, onde seus direitos possam ter equidade com o sexo oposto, isso passa também por ações governamentais em diversos âmbitos.

 Muitas protagonistas individualmente ou em seus grupos familiares e sociais, buscam uma forma de reverter essa ordem e êxitos foram alcançados ao longo da história da humanidade.

Estamos no mês da mulher, onde podemos comemorar alguns ganhos, mas ainda insipientes, vale lembrar o exemplo ocorrido numa casa legislativa deste País, quando um parlamentar, que mesmo sob a vigilância das câmeras, comete um assédio a uma colega.

 O fato é que embora nem sempre sejamos compreendidas e reconhecidas em nossos papeis, fazemos a diferença para um mundo melhor.

Mulher

sou mulher
sou anjo
sou força
sou coragem
sou luta
sou uma
sou todas
sou sim
sei que sou
sei quem sou
sei quem quero ser
sou quem quero ser
sou mulher

Lorena Arcanjo

 Natalia Marques Antunes - Psicóloga, Coach e Especialista em Resiliência

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Psicóloga / Coach / Palestrante